Economia
Preços ao produtor caem pelo quinto mês seguido, aponta IBGE
Setor de alimentos lidera retração em junho, puxado pela queda nas carnes de aves; petróleo e dólar também influenciam o índice
07/08/2025

Foto: Reprodução
Lara Ribeiro
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), liberados nesta quinta (7), os preços ao produtor no Brasil recuaram em junho pelo quinto mês seguido, a uma taxa de 1,25%.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) tinha diminuído em 1,21% no mês de maio. A consequência foi o aumento de 3,24% do índice acumulado em 12 meses. De acordo com o gerente do IPP no IBGE, Murilo Alvim, um dos pontos que explica essa sequência de resultados negativos é a taxa do dólar, que vem apresentando quedas.
Outro fator seria a cotação mais baixa de algumas commodities no mercado internacional, como o petróleo e os minérios de ferro, explica Murilo. “Essas commodities acabam sendo acompanhadas pelos preços dos produtos brasileiros e também se espalham por diversos outros setores da indústria, diminuindo os custos de produção”, informou.
O IBGE destacou também que das 24 atividades analisadas, 13 apresentaram variações negativas de preço em comparação com o mês anterior.
O setor de alimentos teve a maior variação, -3,43%, com uma contribuição negativa de 0,88 ponto percentual de influência da taxa geral. Sendo o grupo de abate e fabricação de produtos de carne destaques da queda, com 4,34%.
De acordo com Alvim, o recuo é resultado do excesso de oferta no mercado interno de carnes de aves, motivado por restrições à exportação devido à gripe aviária.
Outros segmentos também apresentaram variações expressivas no período. O refino de petróleo e a produção de biocombustíveis tiveram queda de 2,53%, enquanto a indústria farmacêutica avançou 2,23%. Já os produtos de metal recuaram 1,85%.
Segundo o gerente da pesquisa, a baixa nos preços do setor de refino está diretamente ligada à redução dos custos de produção, especialmente da principal matéria-prima da atividade, o petróleo.
“A principal matéria-prima utilizada no setor, que é o petróleo, vem apresentando seguidas quedas de preços que fazem com que a commodity tenha acumulado retrações tanto no ano quanto no acumulado em 12 meses, apesar da alta pontual observada em junho, muito por conta de conflitos ocorridos no mês em países produtores e em regiões que servem como rota de transporte do petróleo, como o Estreito de Ormuz”, informou.
O IPP, que monitora a variação dos preços dos produtos na saída das fábricas, ou seja, sem considerar impostos ou custos de transporte, abrange 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
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