Economia & Negócios

Poupança capta R$ 2,32 bi em fevereiro, maior resultado para o mês

RECORDE


06/03/2013



 Os depósitos em caderneta de poupança superaram as retiradas em R$ 2,32 bilhões no mês de fevereiro, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (6) pelo Banco Central.

Foi a maior captação de recursos, para um mês de fevereiro, desde o início da série histórica disponibilizada pelo Banco Central, em 1995. Até o momento, o maior ingresso de recursos na caderneta de poupança, em meses de fevereiro, havia sido registrado em 2008 (+R$ 1,38 bilhão).

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o ingresso de recursos na mais tradicional modalidade de investimentos do país somou R$ 4,62 bilhões. Também é o melhor primeiro bimestre da série histórica do BC, superando 1997, quando R$ 4,25 bilhões foram captados.

Aplicações, resgates e saldo da poupança

Em fevereiro, de acordo com o BC, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 97,71 bilhões, ao mesmo tempo em que as retiradas de recursos totalizaram R$ 95,39 bilhões. Já o volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores somou R$ 2,44 bilhões no mês passado.

Com o ingresso de recursos em fevereiro deste ano, junto com o rendimento creditado na conta dos poupadores, o volume total de recursos aplicados na caderneta de poupança atingiu R$ 505,6 bilhões. No fim do ano passado, o estoque de recursos na poupança totalizava R$ 496,3 bilhões e, em janeiro, atingiu a marca inédita dos R$ 500 bilhões.

Mudança de regras

Os números do BC mostram que a caderneta de poupança continua atraindo investimentos mesmo com a mudança do formato de rentabilidade, feita pelo governo em maio do ano passado. A nova regra do governo atrelou o rendimento da poupança à taxa básica de juros da economia definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), para evitar que outras aplicações financeiras de renda fixa perdessem atratividade frente à poupança em função da queda do juro básico.

Os recursos depositados a partir de 4 de maio rendem o equivalente a 70% da Selic mais Taxa Referencial (atualmente zerada). Esse novo formato de rendimento da poupança foi aplicado, porém, somente quando a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, atingiu 8,5% ao ano – acionando o chamado "gatilho" para a mudança.
Com a Selic atualmente em 7,25% ao ano, no piso histórico, a rentabilidade da poupança está em 5,07% ao ano. Mesmo que a Selic mude ao longo do período mensal considerado, a taxa aplicável é a vigente na data em que se deposita, ou seja, a do início do período. Pela regra anterior, que vigorava desde 1991, a poupança não podia render menos de 6,17% ao ano, mais TR. Mesmo com a mudança do rendimento da poupança, a modalidade continuou isenta do Imposto de Renda, e os recursos podem ser retirados a qualquer momento.

Desempenho em 2012

Segundo levantamento da Economatica, a poupança ficou entre os investimentos com menor rentabilidade em 2012. Mesmo as cadernetas antigas, que continuaram com a remuneração fixa, renderam 6,47% no ano – menos que a inflação calculada pelo IGP-M, que ficou em 7,82%. O ouro liderou os ganhos entre investimentos no ano passado, com valorização de 15,26%.

Apesar da queda da rentabilidade da poupança, a modalidade atraiu recursos como nunca no último ano. Segundo informações do BC, os depósitos superaram as retiradas na poupança em R$ 49,7 bilhões no ano de 2012. Trata-se do maior valor já captado pela caderneta de poupança para um ano fechado desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995.

Pequeno investidor

Mesmo com rendimento menor, perdendo para a inflação, especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda.

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto, programa do governo de compra de títulos públicos pela internet, há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.



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