Paraíba

População de Alhandra reclama de tubulação da barragem de Cupissura na principal

Polêmica


15/10/2013



 

A população de Alhandra tem se organizado contra a instalação da tubulação, por onde passará a água da barragem Cupissura, por dentro da cidade. Na tarde desta segunda-feira (14), a situação foi tema de um debate convocado pelo Ministério Público. Estiveram presentes o prefeito, Marcelo Rodrigues, do seu vice, Cal Lucena, de secretários municipais, de vereadores, e de populares, teve a presença do presidente da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba – Cagepa, Deusdete Queiroga.

O projeto da Cagepa que prevê a instalação, na principal rua de Alhandra, de uma tubulação por onde passará a água da barragem Cupissura, para reforçar o abastecimento d’água na Região Metropolitana de João Pessoa, tem gerado muita polêmica. Embora os representantes da Cagepa aleguem que a obra e a tubulação não oferecem riscos à população, não é esse o sentimento que norteia os moradores da cidade.

O prefeito Marcelo, que havia autorizado o prosseguimento da obra, sem que fosse alertado dos riscos, e que depois revogou sua decisão, disse que apoia a decisão da população. “Estou do lado do povo. O que ele decidir eu apoiarei. Se todos acham que essa obra vai causar prejuízos, que ela traz riscos para nós, vamos lutar para que ela seja realizada com esse desvio, fora da cidade. Vou ficar sempre do lado que for melhor para a nossa cidade e sua gente”, destacou o prefeito.

Segundo o vereador Edielson Nunes, não há documentos, nem estudos que comprovem essa argumentação de que não há riscos para a população. “Não vimos, até agora, nenhum documento, nenhum estudo, que comprove essa afirmação de que nós estamos livres de uma tragédia se essa tubulação se romper”, afirmou o vereador. Ele explica que a população não é contra a obra, mas não aceita que a tubulação passe dentro da cidade por uma questão de segurança. “Por que não fazer um desvio na obra para que a tubulação passe fora do perímetro urbano?”, questionou ele, lembrando que em outros debates foi colocado que o custo desta modificação ficaria em torno de R$ 2 milhões. “Quanto vale as nossas vidas e a nossa tranquilidade?”, questionou o vereador.

O promotor de Alhandra, Raniere da Silva Dantas, disse que vai ver a possibilidade de solicitar da Universidade Federal um estudo sobre os impactos da obra no município. “Entendi que a população é mesmo contra, mas que ela é contra a tubulação passar por dentro da cidade, por temer uma tragédia, por isso, vou ver se é possível a UFPB, uma entidade isenta e neutra, fazer um estudo sobre essa intervenção”, destacou o promotor.

Vereadores de situação e oposição, a exemplo de João Sufoco e do presidente da Câmara, Daniel Miguel, respectivamente, o pastor Alves, e outros representantes da sociedade civil organizada da cidade, além de populares, deram depoimentos se posicionando contra a obra. Em todos eles, a tônica do discurso era a mesma: a de que eles temem uma tragédia, que querem que a obra passe fora da cidade e que a Cagepa melhore o serviço prestado à população, a água fornecida e que conclua a estação de tratamento de água do município e o projeto de esgotamento sanitário da cidade. Segundo Deusdete Queiroga, independente da obra da translitorânea, a estação de tratamento deve ser concluída até o final do ano e o projeto de esgotamento também será concluído, em breve, já que foi incluído nas obras que receberão recursos do PAC.

Como ainda não se chegou a uma conclusão, a empresa Encalso, responsável pelos trabalhos, suspendeu a obra até nova ordem da Cagepa. Outras reuniões ainda acontecerão na cidade para debater o assunto que passa também pela discussão da capacidade hídrica do Rio Taperubus de abastecer a futura demanda da região metropolitana de João Pessoa.



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