Política

Policial antifacista, Sargento Dênis defende fim da guerra às drogas: “Tem que ser uma política de saúde”


12/07/2025

Foto: Reprodução/Portal WSCOM

Anderson Costa e Rafael Andrade

Ciente de ser minoria no seu segmento, o Sargento Dênis faz parte de uma pequena parcela de membros da Polícia Militar que se declaram antifacistas no Brasil. Em entrevista ao Portal WSCOM, ele chega brincar com o tema e diz que a Paraíba possui “meia dúzia” de policiais que se posicionam dessa forma, mas que estão “firmes” na suas convicções. A ideologia levou Dênis a militar em grupos políticos e hoje – além de ser presidente do Partido Verde (PV) no estado – é presidente da Federação Brasil da Esperança local, bloco de esquerda em conjunto com o PT e PCdoB.

Para ele, a questão da violência no país só será resolvida com a mudança de cultura e de abordagem em relação à problemática das drogas. “Se desde os anos 60 a gente arma policiais, sobe morro, desce morro, faz blitz, atira, mata e é morto por uma questão de combate ao tráfico, por que a gente não muda esse combate?”, questiona.

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Dênis cita o exemplo da Holanda que, segundo ele, conseguiu solucionar esse problema e hoje não tem mais tráfico a ponto de presídios precisarem ser recondicionados como hotéis por falta de prisões. “Enquanto isso, o Brasil tem a maior população carcerária do mundo, só perdendo para os Estados Unidos. E cada jovem que você coloca no presídio é um soldado a mais para o tráfico”, argumentou.

“Não há como ter um resultado diferente fazendo a mesma coisa há 60 anos quando o Comando Vermelho e grandes corporações do tráfico não existiam. Fomos responsáveis por elas crescerem porque não tivemos coragem de debater seriamente a questão das drogas”, disse.

Ele também afirma que sempre terá uma parcela da população que irá consumir drogas licítas e ilícitas. “Depois que a gente vir para essa realidade incoveniente, é preciso se ter ideia que é preciso uma política de saúde sobre a questão da droga e que dinheiro do tráfico fique com o Estado para criar locais para retirar e tratar pessoas”, concluiu.

Confira a entrevista completa:



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