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Polícia pede prisão preventiva de 4 investigados por incêndio na Kiss


28/02/2013



 A Polícia Civil encaminhou ao Ministério Público nesta quinta-feira (28) o pedido de prisão preventiva a quatro investigados no caso do incêndio da boate Kiss, no dia 27 de janeiro, em Santa Maria, que deixou 239 vítimas. Os sócios da casa noturna Elissandro Sphor, o Kiko, e Mauro Hoffmann, além do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor do grupo musical, Luciano Augusto Bonilha Leão, estão presos temporariamente na penitenciária do município.

O delegado Marcelo Arigony confirmou ao G1 que o pedido foi encaminhado. O objetivo é preservar integridade física dos investigados. "Estamos encaminhando a representação pela prisão preventiva dos que já estão presos. Se for decretada, teremos pelo menos mais 10 dias de prazo processual para concluir o inquérito", destacou.

"Este prazo talvez não seja suficiente para esclarecermos o fato com todas as suas nuances e circunstâncias, mas é bastante razoável. Talvez já tenhamos as perícias. Ao final deste prazo, vamos verificar e lançar mão, se for o caso, de um novo procedimento jurídico", completou o delegado.

O prazo inicial para a entrega do inquérito termina domingo (3), quando também se encerram as prisões temporárias. O promotor Joel Dutra, da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, já sabe que o Ministério Público recebeu um pedido da Polícia Civil, mas os promotores ainda não receberam para análise o documento enviado para o cartório, onde será protocolado. Depois do parecer do MP, o pedido é encaminhado ao Poder Judiciário para a decisão.

Segundo o delegado Sandro Meinerz, que também participa do caso, se a Justiça não aceitar o pedido, é possível que os delegados vão até a Penitenciária Estadual de Santa Maria para tomar novos depoimentos. "A prisão temporária vai até domingo, e se não acontecer esta decisão, teremos condições de fazer as novas inquerições mesmo que dentro do estabelecimento prisional."

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 239 mortos na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:

– O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
– Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
– A banda comprou um sinalizador proibido.
– O extintor de incêndio não funcionou.
– Havia mais público do que a capacidade.
– A boate tinha apenas um acesso para a rua.
– O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
– Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
– 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
– Equipamentos de gravação estavam no conserto.



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