Economia & Negócios

Pobres viverão melhor em 2030, dizem Bill e Melinda Gates


23/01/2015



Nova York – O casal Bill e Melinda Gates prevê que, nos próximos 15 anos, a vida dos mais pobres vai melhorar como nunca antes na História.

Criadores de uma das fundações mais poderosas do mundo, Bill e Melinda afirmam, em sua carta anual publicada nesta quinta-feira, que a tecnologia digital vai tirar milhões de pessoas da pobreza até 2030.

"Nossa grande aposta é que, nos próximos 15 anos, a vida dos pobres vai melhorar mais do que em qualquer outro momento da história mundial", declarou Melinda, copresidente da Fundação Bill e Melinda Gates, em entrevista à AFP.

Espera-se que os avanços mais significativos aconteçam na saúde, na agricultura, nos serviços financeiros por telefonia móvel e nos usos educacionais da Internet. A Fundação Gates está investindo fortemente em todas essas áreas.

Segundo Melinda, a mortalidade infantil deve cair pela metade, e a pólio estará totalmente erradicada. Já a malária, que hoje mata mais de 600 mil pessoas todos os anos no mundo, também se terá reduzido, graças a vacinas e a um tratamento de dose única.

A África poderá esperar maior segurança alimentar até 2030, com novas sementes, afirmam os Gates.

"Sete adultos em cada dez na África são agricultores. Quando se beneficiarem de novas sementes resistentes à seca e, mesmo se o clima se modificar, seus campos serão mais produtivos", explicou Melinda Gates, acrescentando que "poderão, ao mesmo tempo, alimentar suas famílias e comercializar suas colheitas".

As transações bancárias por celulares já são uma prática amplamente adotada no Quênia, mas a Fundação Gates se esforça para desenvolver essa tecnologia em países pobres como Tanzânia, Índia, Bangladesh, Filipinas e Uganda.

Queda da mortalidade infantil

Os Gates acreditam também na vitória sobre a pobreza, graças a programas educacionais on-line e a softwares projetados para ajudar professores e alunos.

Melinda disse que seu otimismo se baseia em seus anos de experiência no terreno, em viagens à África e à Ásia, e em sua convicção de que "a ciência e a tecnologia podem melhorar as coisas".

"Para Bill e para mim mesma, as estatísticas mundiais mostram que há, claramente, progresso", afirmou. "Vemos a mortalidade infantil retroceder, e basta viajar para se dar conta".

Melinda citou o exemplo da Tanzânia, para onde viajou várias vezes. Segundo ela, agora é um país "totalmente" diferente do que era há dez anos.

Presente em mais de 100 países, a Fundação aumentará seus esforços para influenciar políticos e governos. Na luta contra a pobreza, comentou, as ONGs podem mostrar o caminho, mas "apenas os governos podem trabalhar em larga escala".



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