Política

PF indicia empresário paraibano por suposta compra de MPs

Operação Zelotes


27/11/2015

O empresário paraibano Carlos Alberto de Oliveira Andrade, do Grupo Caoa, foi indicado pela Polícia Federal (PF). Ele, e outras 18 pessoas são citados em inquérito que investiga a suposta compra de medidas provisórias (Mps) para que algumas empresas do setor automotivo fossem beneficiadas por incentivos fiscais. O caso é um dos focos de apuração da Operação Zelotes. A negociação envolveria ainda políticos.

O primeiro inquérito foi concluído nesta quinta-feira (27). Além do paraibano, foram indiciados os executivos Eduardo Ramos e Paulo Ferraz, ambos da MMC Automotores do Brasil – fabricante dos veículos Mitshubish no Brasil, entre outros.

A CPI do Carf no Senado, que investiga a suposta manipulação em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para favorecer empresas investigadas por crimes contra a Receita Federal, aponta que a MMC Automotores do Brasil teria sido favorecida em julgamento que fez despencar uma dívida com o Fisco de R$ 266 milhões para R$ 960 mil.

O esquema, investigado na Operação Zelotes, pode ter resultado em prejuízo de R$ 19 bilhões à Receita. MMC Automotores do Brasil teria sido favorecida em julgamento que fez despencar a dívida com o Fisco de R$ 266 milhões para R$ 960 mil.

Segundo as investigações, há indícios "contundentes" contra os três empresários, o ex-diretor do Senado, lobistas e servidores públicos.

O advogado José Batochio, responsável pela defesa de Carlos Alberto Oliveira Andrade, afirmou à TV Globo que não sabe por que os indiciamentos aconteceram, sendo que, segundo ele, a Caoa – empresa que seu cliente controlava – teve dois recursos julgados pelo Conselho Administrativo da Receita Federal (Carf) e negados por unanimidade.

"Então, não se compreende como possa ter havido qualquer irregularidade", questionou o defensor. A MMC Automotores do Brasil afirmou que não vai comentar a acusação neste momento.

O ex-diretor do Senado Fernando Mesquita afirmou à TV Globo "que nunca interferiu em nada". Ele disse ainda que não existe nenhum fato que o implique nas investigações e que vai se defender na Justiça e demonstrar que não tem participação no assunto.

Por meio de nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que comanda a defesa do filho mais novo de Lula, reafirmou que seu cliente prestou serviço na área de marketing esportivo para a Marcondes & Mautoni por meio da LFT Marketing Esportivo. De acordo com o criminalista, os serviços foram comprovados.

"Ao final dos trabalhos foram entregues relatórios sobre cada um dos projetos elaborados, como documentou junto à Polícia Federal. A LFT recebeu pagamentos da Marcondes & Mautoni entre junho de 2014 e março de 2015, à medida que os trabalhos contratados foram executados. Todos os valores foram declarados à Receita Federal e houve a emissão de notas fiscais, com os devidos impostos recolhidos", escreveu Martins na nota.

Novo inquérito
Também nesta quinta-feira, a PF abriu outro inquérito para aprofundar as investigações sobre a compra de medidas provisórias. Nesta nova investigação, os policiais irão apurar se há envolvimento do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho mais novo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma das empresas do filho caçula de Lula recebeu mais de R$ 2 milhões de um escritório de advocacia investigado pela Operação Zelotes.
 



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