Saúde

PB: 3 casos de microcefalia confirmados este ano e outros 18 estão sob investiga

Aumento


13/11/2015

{arquivo}A Secretaria de Estado da Saúde (SES) já registrou oficialmente três casos de microcefalia este ano na Paraíba. Outras 18 ocorrências sinalizadas estão sendo investigadas atualmente. Das evidências já confirmadas, uma ocorreu no município de Cabedelo, uma em São Miguel de Taipú, e uma em Sapé. Nesta sexta-feira (13), a equipe técnica da SES se reuniu para tratar da situação epidemiológica da microcefalia. Na oportunidade, foi definido a elaboração de um protocolo, que servirá como um instrumento de notificação para consolidar dados clínicos, epidemiológicos e diagnósticos dos pacientes.

O objetivo é identificar a possível alteração do padrão epidemiológico da microcefalia e fatores relacionados à sua ocorrência. O protocolo será lançado na próxima terça-feira (17). A SES também produzirá, por indicação do Ministério da Saúde, um boletim semanal (todas as terças-feiras) com divulgação de novas informações.

Em coletiva de imprensa na última quarta-feira (11), o ministro da Saúde, Marcelo Castro, declarou estado de emergência em saúde pública de importância nacional.

“Coletamos informações de serviços de saúde e por dados sinalizados já se observa o aumento do número de casos de nascidos vivos com microcefalia e microcefalia intrauterina no Estado. No entanto, os novos casos estão em processo de investigação através de coleta de dados clínicos, epidemiológicos e diagnósticos destes pacientes”, informou a gerente executiva da Vigilância em Saúde da SES-PB, Renata Nóbrega.

Na reunião foi enfatizado que ainda não existe causa comprovada para o possível aumento do número de casos de recém-nascidos com microcefalia. “É importante ressaltar que, apesar da sinalização de registros de aumento de microcefalia em recém-nascidos, ainda não é possível fazer relação desse evento com nenhuma doença. Há, porém, uma suspeita de ligação com doenças exantemáticas, a exemplo do zikavírus, chinkungunya, dengue, herpes, sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e parvovírus. A causa já está sendo investigada”, declarou Renata.

A gerente executiva da Vigilância em Saúde reforçou o pedido para que todos os serviços de saúde, públicos e privados, comuniquem imediatamente os casos de microcefalia, conforme definição do caso exposto na nota técnica. “O evento é de interesse da saúde pública e todos os casos com a definição descrita devem ser notificados. Além disso, a partir do registro da notificação, seguir o fluxo laboratorial para o Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB)”, alertou.

A secretária executiva de saúde, Maura Sobreira, destacou, durante a reunião, que os serviços de saúde da rede estadual estão preparados para atender e acolher crianças e gestantes com exames e tratamento adequados. “Já temos uma reunião agendada com todos os gestores das maternidades da rede estadual na próxima terça-feira (17) e a nossa intenção é potencializar o diálogo com os profissionais. Temos o Instituto de Saúde Elpidio de Almeida (Isea), em Campina Grande, como referência, além da retaguarda do Lacen para o suporte de diagnóstico de saúde pública no que se refere aos processos de investigação”, afirmou.

Entenda a doença
A microcefalia é uma anomalia que se caracteriza por um crânio de tamanho menor que o a média. O ministério foi acionado pela Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco, que observou o aumento drástico da anomalia nos últimos quatro meses. Foram identificados 141 casos em recém-nascidos em 44 municípios de Pernambuco este ano. De acordo com o ministro, a média de casos para o estado era de dez por ano, o que representa um aumento incomum. Nas crianças e nas gestantes, estão sendo realizados exames clínicos, de imagem e laboratorial, conforme protocolo definido pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde de Pernambuco. É importante esclarecer que as investigações estão em andamento e, até o momento, não há definição da causa do agravo, seja infecciosa ou não.

O Ministério da Saúde informou que recebeu relatos dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte sobre o mesmo assunto e que todas as suspeitas estão sendo investigadas e contam com o monitoramento de equipes.

Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Saúde ressaltou que a microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

Crianças que nascem com microcefalia podem ter o desenvolvimento cognitivo debilitado. Não há um tratamento definitivo capaz de fazer com que a cabeça cresça a um tamanho normal, mas há opções de tratamento capazes de diminuir o impacto associado com as deformidades.



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