Política

Pastor pode presidir comissão da Câmara que lida com direitos gays


04/03/2013

Está previsto para o fim da tarde de amanhã, terça-feira, o anúncio por parte do Partido Socialista Cristão com a possível confirmação se o deputado e pastor Marco Feliciano vai de fato ocupar a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Nos últimos dias, a pressão nas redes sociais tem sido intensa para que o religioso – acusado de declarações polêmicas em 2011 relacionadas a negros e homossexuais (veja fotos) – não assuma o cargo.

O anúncio será feito pelo líder do partido, André Moura, após a reunião da bancada, marcada para começar às 14h30. Poderá ser o fim ou início de uma polêmica que se arrasta na internet desde a última quinta-feira, quando se tornou público que o pastor do Ministério Tempo de Avivamento é cotado como o principal nome para assumir a comissão, historicamente liderada por partidos de esquerda, como PT e PC do B.

Na internet, dois movimentos distintos querem pressionar a escolha do PSC a ser anunciada amanhã: de um lado, grupos indignados com as posições religiosas do deputado criaram um abaixo-assinado na plataforma Avaaz, atualmente com cerca de 43 mil votos, para que ele não assuma o comando da Comissão.

De outro, simpatizantes ao religioso também criaram uma petição no Avaaz, mas a que tem obtido maior apoio é uma que corre no próprio site oficial de Feliciano (veja banner da campanha nas fotos acima). Esta já tem quase 54 mil assinaturas, segundo a página.

No site oficial do pastor, uma matéria afirma que ele tem sido alvo de “infâmia, perseguição e até ameaças de morte nas redes sociais” desde que o caso veio à tona.

De fato, a página do religioso no Facebook e sua conta no Twitter têm recebido muitas manifestações indignadas e algumas de apoio. Uma delas, replicada pela assessoria de Feliciano, sugere que ele vá logo para o céu ”com uma bala no meio da sua cabeça”.

Defesa

Em 2011, diante das acusações da racismo e homofobia pelas declarações no Twitter, Feliciano divulgou nota para se defender.

“Não sou homofóbico. O que as pessoas fazem nos seus quartos não é do meu interesse”, divulgou na época. “Como todo brasileiro, sou afro-descendente”, disse ainda. “Eu apenas citei um texto que é teológico para quem quiser aprender. O resto é maldade das pessoas", completou em entrevistas.

Em um vídeo do Youtube, o deputado, em um evento evangélico no ano passado, se diz contra o ativismo gay, que usa “os mesmos mecanismos que Stálin usou no seu comunismo nazista, usam a mesma linguagem de Hitler” para atacar adversários.



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