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Pare de ‘pensar em guerra’, diz Lula a Biden


13/08/2023

Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden e o Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Fotografia oficial. Casa Branca, Washington (EUA). 10/02/2023 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)



O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma nova campanha para aumentar os gastos com infraestrutura e atrair investimentos estrangeiros, em parte fazendo um apelo anti-guerra ao comandante-em-chefe dos EUA, Joe Biden.

“Vamos dizer a Biden… que os Estados Unidos só pensam em guerra há muitos anos e não pensam em investimentos no Brasil”, disse Lula na sexta-feira em um evento no Rio de Janeiro para reunir apoio para o programa de gastos. “Gaste um pouco de dinheiro investindo em nosso país porque é isso que trará paz ao nosso país.”

Falando a ministros, governadores e empresários, Lula disse que os líderes brasileiros precisarão viajar o mundo “para vender esses projetos”. Ele pretende buscar financiamento e investimento estrangeiro no exterior – visando Estados Unidos, China, Emirados Árabes Unidos e países da Europa – para ajudar a financiar seu chamado Programa de Aceleração do Crescimento, conhecido pela sigla em português PAC.

A apresentação a Biden será feita em setembro, quando ele espera se encontrar com o presidente dos Estados Unidos à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Lula manteve a neutralidade no conflito Rússia-Ucrânia, pedindo repetidamente negociações de paz para encerrar os combates. “O mundo está começando a se cansar” da crise na Ucrânia, disse ele no mês passado, após uma reunião de líderes da UE e da América Latina em Bruxelas.

Biden liderou uma campanha internacional para enviar bilhões de dólares em armas para Kiev e impor sanções para punir a Rússia pelo conflito na Ucrânia. Autoridades russas alegaram que a ajuda militar ocidental está apenas prolongando o derramamento de sangue e aumentando o risco de desencadear um conflito mais amplo.

A iniciativa do PAC inclui 1,7 trilhão de reais (US$ 350 bilhões) em investimentos planejados, que vão desde projetos de energia renovável até habitação e controle de enchentes. Cerca de 36% do financiamento, ou US$ 125 bilhões, viriam do setor privado, enquanto mais de US$ 75 bilhões sairiam do orçamento federal. Lula planeja buscar cerca de US$ 74 bilhões em empréstimos para ajudar a preencher a lacuna de financiamento, enquanto as empresas estatais deverão investir US$ 70 bilhões.

Alguns dos investimentos envolverão a conclusão de projetos abandonados anteriormente, como uma planta petroquímica que a Petrobras, empresa estatal de energia, abandonou quando a construção estava cerca de 80% concluída. O Brasil tem milhares de projetos inacabados de programas anteriores do PAC.

 


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