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Parceiro da Fifa na Copa diz que legado já pode ser usado na Olimpíada

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16/07/2014

 Com atuação em três Copas seguidas, prestando serviços à Fifa, o empresário e diplomata Fernando Prestes Maia, proprietário da Upgrade Hospitality Brasil, na área de hospitalidade, divulgou nesta terça-feira (15) um balanço do legado deixado pela Fifa, que será utilizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo, e outras associações.

Maia, que é neto do ex-prefeito de São Paulo, Francisco Prestes Maia (última gestão entre 1961 e 1965), conheceu de perto todas as etapas do Mundial, entre as quais a construção dos estádios, os projetos de infraestrutura e a comercialização de produtos.

No Mundial, sua empresa recebeu turistas no Brasil, fornecendo pacotes e serviços de camarote, entre outros. E por ter participado da preparação do evento, Maia acredita que um dos maiores êxitos da competição foi o fato dela ter capacitado cerca de 1 milhão de trabalhadores, 300 mil deles para atuar nas Arenas esportivas brasileiras.

Mesmo considerando que o governo não foi o principal responsável pelo sucesso do evento, ele acredita que a administração pública terá a chance de capitalizar todo esse retorno na próxima grande competição que o país irá receber: a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

— A Copa do Mundo fez o país antecipar investimentos nesta área de infraestrutura e formação gerando uma nova leva de profissionais. A Olimpíada vai se beneficiar bastante dessa nova etapa que se iniciou com o Mundial.

Em seu estudo, ele acredita que, do ponto de vista econômico, o retorno não foi tão alto quanto apregoa o governo. Sua projeção inicial é de que as receitas que o país irá receber se igualarão aos investimentos de cerca de R$ 30 bilhões.

Mas, segundo ele, o Brasil poderá aproveitar a imagem positiva de receptividade e beleza para impulsionar a Economia nos próximos anos.

— O momento agora é saber como transformar a capacidade do brasileiro de fazer festa em produtos e serviços que agreguem valor e vendam o país de outra maneira, inclusive planejando a área de Turismo, que tem grande potencial.

Torcedor e consumidor
O executivo observou que a Copa do Mundo fez o Turismo crescer em pelo menos 15% neste ano, com os 800 mil turistas estrangeiros que viajaram ao país, contribuindo para a cifra de 3 milhões de turistas anuais ter um aumento significativo.

— Se o país tiver a capacidade de transformar esse potencial de alegria em produto, pode ter resultados incríveis para a Economia.

Pelas palavras do gestor, na área de alimentação, a Fifa não teve muitos contratempos, em função do padrão Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

— Eles foram muito ativos nos estádios, facilitando o trabalho. A Anvisa tem padrões altos de segurança alimentar. E, apesar de alguns problemas pontuais, considero que houve uma grande evolução que deverá ser aproveitada no futuro dentro das arenas, inclusive nos Jogos Olímpicos.

Segundo o seu levantamento, o Mundial criou 10 novas categorias profissionais, especializadas na atuação em eventos esportivos: garçom, auxiliar de garçom, cozinheiros, transportadores, recepcionistas de camarotes, recepcionistas nos setores, orientadores, gerentes, coordenadores e supervisores em cada área.

Dentro deste contexto, a derrota acachapante do Brasil dentro de campo, quando perdeu por 7 x 1 da Alemanha, nas semifinais, e por 3 x 0 da Holanda, na disputa da terceira colocação, pode ser vista pelo lado benéfico.

— Foi terrível, até hoje ainda não me refiz do choque. Mas a derrota também pode acrescentar algo ao legado. Do lado de infraestrutura, o país poderá incorporar, inclusive nos eventos, um padrão mais eficaz de gestão e de fornecedores.

Para ele, os dois lados, o esportivo e o econômico se encaixam, já que, em ambos os casos, o torcedor estará sendo tratado também como consumidor, desfrutando de todos os direitos desta condição.

— A derrota do Brasil serviu para uma aclamação popular. Ficou clara a necessidade de mudança, de profissionalização, de novo calendário. Neste novo contexto, tudo se encaixa, porque o torcedor também estará sendo considerado um consumidor, ao assistir um espetáculo bom dentro de campo e com conforto.



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