Música
Paraibano Juzé faz lançamento de forró, nesta sexta-feira (20)
19/06/2025

(Foto: Reprodução)
Portal WSCOM
Por onde anda o forró? Se há um gênero musical genuinamente brasileiro que
atravessa décadas, excede modas e conquista novos públicos a cada geração, este é
o Forró. Versátil em suas narrativas, levadas – xote, baião, galope, xaxado – e versões, o forró torna-se estrela matutina no mês de junho. Mas na verdade ele ressoa o ano inteiro em casas, festas e shows onde o desejo de dançar coladinho toma a sola dos pés, sobe à cintura sinuosa, aquece o coração e segue onipresente na memória afetiva dos brasileiros. E hoje, quem são os novos artistas que conduzem nacionalmente o legado de ícones como Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Elba Ramalho, Maciel Melo ou Flávio José?
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Com um pé no Nordeste e outro no mundo, apresentamos um herdeiro
legítimo dessa rica musicalidade: JUZÉ. Paraibano, compositor, dono de uma
sonoridade ímpar e uma poesia contemporânea, Juzé lança nesta sexta-feira, 20 de
junho, o single de estreia de seu primeiro álbum solo dedicado ao gênero. “Rede no
Cangote” traz expressões, melodia e sentimentos intrínsecos ao universo nordestino
e ao Forró, elevado a Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Iphan em 2021 e
que caminha para o reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial da
Humanidade pela Unesco este ano.
A nova música – um envolvente e delicioso xote – sublinha Juzé como um dos
principais artistas a investir na renovação do ritmo, avalizado por nomes como Cátia
de França, Alceu Valença e Elba Ramalho, com os quais dividiu o palco em diferentes
ocasiões nos últimos anos. Conhecido pelo grande público por sua atuação como o
repentista Totonho das novelas Mar do Sertão e No Rancho Fundo – era ele quem
empunhava o violão nas famosas “Cenas dos próximos capítulos” – Juzé tem uma
vasta trajetória na música e em trabalhos anteriores no gênero, com a banda Os
Gonzagas e as artistas Lucy Alves e Juliette. Sua escrita versátil e criativa é fruto de
uma vida lendo e escutando importantes poetas nordestinos, como Patativa do
Assaré, Ivanildo Vilanova e Jessier Quirino, além de muitas cantorias na noite com
clássicos de Vital Farias, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho.
Os versos e o embalo gostoso dois-pra-lá-dois-pra-cá de “Rede no Cangote”
remetem às influências de infância Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Flávio José, e
dançam em compasso perfeito com a nova geração de forrozeiros. Tanto que,
semana passada, o artista foi um dos escolhidos pela Rede Globo de Pernambuco
para estrelar o programa Som do São João Gerações, reunindo artistas novos e
veteranos unidos pela mesma paixão. Juzé apresentou sua contagiante canção
“Nordeste Destino” – que soma mais de 40 mil plays orgânicos nas plataformas de
música – e fez um dueto inédito com o mestre Petrúcio Amorim no seu sucesso
nacional “Tareco e Mariola”.
“O forró é a minha essência. É a festa do meu povo, expressão da minha
gente. Este álbum vem com minhas origens muito fortes, não apenas juninas, mas
nordestinas; a mistura do sangue sertanejo do meu pai, onde bebo da fonte de Luiz
Gonzaga, por exemplo, e a musicalidade que consumi com Elba Ramalha, Flávio José,
Mastruz com Leite e muitos outros. Uma memória afetiva da música, do povo, da
dança, da rítmica de São João em composições atuais, verdadeiras e com a pegada
do meu Bando, um forró vibrante e contemporâneo”, explica Juzé, adiantando a
verve do EP “Mormaço de Fogueira”, que será lançado em Julho.
“Rede no Cangote” traz qualidades peculiares do paraibano, tanto que, ano
passado, os críticos da revista Rolling Stone alertaram: Ele é um dos artistas mais
interessantes dos últimos tempos. Sua nova música une sentimento sincero,
linguagem popular, arranjos trabalhados e uma interpretação cheia de
personalidade. A certa altura da canção, Juzé surpreende e recita um poema com
ares de cordel futurista, para logo em seguida explodir em alegria na canção. “É uma
música forte na simplicidade. Uma canção de amor, de saudade, sobre a vontade de
estar perto. E a poesia do meio eleva o sentimento, aumenta o tom, esquenta a
música, vira uma paixão”, afirma o artista. “Eu gosto tanto de um cheiro no cangote
que escrevi o verso ‘Deixa eu armar uma rede no teu cangote’ com a ideia de ficar
balançando e cheirando o tempo todo”, brinca ele, destacando “o arranjo
riquíssimo” de Jefferson Brito.
Então chega de prosa e vamos aproveitar a malemolência da sanfona e se
deixar levar pelos versos de Juzé. “Rede no Cangote” é daqueles forrós indispensáveis nas playlists de São João. E pode se preparar porque o álbum “Mormaço de Fogueira” está chegando com mais canções para esquentar a festa e cruzar o salão trazendo muito forró e convidados especiais!
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