Saúde

Paraíba vai usar novo inseticida contra a dengue a partir de 2015


18/11/2014

Nesta terça-feira (18) à tarde, a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Gerência Operacional de Vigilância Ambiental, fez uma simulação, na Mata do Buraquinho, em Jaguaribe, na capital, do uso do inseticida Lambda-Cialotrina 5%, que passará a ser utilizado no UBV pesado (fumacê). Por determinação do Ministério da Saúde, ele substituirá o inseticida Deltrametrina 2%. A simulação fez parte de uma capacitação que a SES promoveu durante todo o dia para supervisores, operadores e motoristas do fumacê de todas as Gerências Regionais de Saúde do Estado. A previsão é que o novo inseticida passe a ser utilizado na Paraíba a partir de janeiro de 2015.

“A nossa intenção é passar para estes profissionais as atualizações sobre as técnicas que devem ser usadas para a operacionalização dos equipamentos com a chegada deste novo inseticida”, informou o chefe do Núcleo de Controle de Vetores, da SES, Antônio Neto.

Durante a simulação, foram distribuídas, num campo de futebol existente na entrada da mata, “gaiolas” com os dois tipos do mosquito Aedes Aegypti: o nativo e o de laboratório. Elas ficaram numa distância de 15 e 30 metros, representando a frente e os fundos das residências. “O nosso objetivo é perceber se a quantidade e o manuseio do inseticida estão sendo realizados de forma correta”, explicou Neto.

Segundo a bióloga Laura Ney Marcelino, especialista em controle de vetores, da SES, a utilização de um novo inseticida aqui na Paraíba requer uma capacitação pontual para os profissionais que estão em contato constante com o processo de controle de infestação de mosquitos transmissores da dengue e da febre Chikungunya. “Nós viemos mostrar as alterações e orientar esses operadores que esta mudança exige um cuidado especial com as máquinas e na aplicação do produto. Quanto à eficácia do novo inseticida já foi comprovada pelo Ministério da Saúde”, alertou.

Laura explicou que para o combate de mosquitos transmissores de doenças existe um leque vasto de produtos autorizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A aquisição do ingrediente ativo para este combate varia de acordo com questões de mercado. No processo anterior, estava presente o inseticida Deltrametrina 2%, do grupo piretróide, e sua diluição era feita com um solvente à base de água. Com a mudança, passa a ser usado o Lambda-Cialotrina 5%, do mesmo grupo, só que com diluição feita em óleo vegetal.

“O Ministério da Saúde disponibiliza para os Estados, sem custo, todos os insumos (inseticidas, adulticidas) para os programas de combate, controle e bloqueio de transmissão de agravos como a dengue”, explicou.

De acordo com Laura, a população pode ficar tranquila quanto à eficiência do novo inseticida. “Todos os produtos disponibilizados pelo Ministério da Saúde são recomendados pela OMS. Na prática, as alterações principais tangem às questões como manutenção da máquina e no manuseio dos equipamentos. Neste evento, nós buscamos fazer uma normatização da prática do fumacê”, pontuou.

Ela disse ainda que é preciso desmistificar a ideia de que só a “fumaça” pode combater um surto de dengue. “Na verdade, as máquinas são usadas em casos específicos, quando todas as outras ações utilizadas no combate à dengue não surtirem efeito”, orientou.

A capacitação começou pela manhã, no auditório do Centro de Referência Estadual de Saúde do Trabalhador na Paraíba (Cerest-PB), em João Pessoa. Para o gerente operacional de Vigilância Ambiental, da SES, Geraldo Moreira, a intenção é promover uma espécie de reciclagem com as novas informações. “Trouxemos esta oficina para que estes técnicos se sintam seguros quanto ao manejo dos equipamentos, quanto à formulação deste novo inseticida e a aplicabilidade dele no dia a dia”, disse.

José Wanderley é motorista do carro fumacê, em Campina Grande, há 14 anos. Ele disse que a capacitação é muito importante, tanto para relembrar ensinamentos que já haviam sido repassados há muitos anos, como para ensinar novas tecnologias. Pela experiência, lembrou que o combate à dengue só funciona se o trabalho for feito em equipe, envolvendo a população. “O trabalho é um conjunto de ações do Ministério da Saúde, do Governo do Estado, das Prefeituras e, principalmente, do povo. Não adianta de nada fazer tudo isso se as pessoas não fizerem sua parte, deixando água acumulada, atraindo o mosquito que causa a doença”, alertou.



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