Paraíba
Paraíba tem registros de chacinas em três cidades, e João Pessoa lidera casos; pesquisadores apontam preocupação com ‘genocídio sistêmico’
04/12/2024
Anna Barros
A Constituição de 1988 auxiliou no equilíbrio da justiça social e da dignidade humana no cotidiano dos brasileiros. Embora isso seja inquestionável, ainda é possível observar como o assassinato serial e em massa – também conhecido como chacina – ocorre em povos e regiões específicas do Brasil.
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Durante um período de 35 anos (1988-2023), 409 episódios de chacina ocorreram somente nas regiões Norte e Nordeste. Esse dado é do “Mapa das Chacinas”, um material fruto da colaboração entre a Rede Liberdade e o grupo de pesquisa e extensão Clínica de Direitos Humanos do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
“O Brasil enfrenta uma de suas mais brutais realidades: o genocídio sistemático da juventude negra e indígena. As chacinas, marcadas pela letalidade estatal e pela vulnerabilidade social, configuram um dos aspectos mais sombrios dessa violência estrutural”, disse Amarílis Costa, coordenadora do projeto.
Ao todo, 2117 pessoas morreram nas 409 chacinas que ocorreram desde a promulgação da Constituição vigente até o ano passado. Desse montante, 69,3% dos casos ocorreram no Nordeste.
Dentre os 16 estados das duas regiões, a Paraíba possui o oitavo maior número de chacinas, com um total de 25 episódios – o que representa 5,11% dos eventos. De todos os municípios do estado, apenas em três ocorreram os episódios: João Pessoa, Campina Grande e Conde.
Embora outros municípios sejam citados no mapa, a capital paraibana disparou no número de casos. Apenas João Pessoa possui a escala de 11-20 episódios.
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