Economia

Paraíba tem quase 60% da população com algum rendimento e mais de 35% dos domicílios recebem Bolsa Família

No estado, o rendimento médio de todas as fontes, que inclui essas duas categorias, foi de R$ 1.846, em 2022, superior ao da região (R$ 1.714), mas menor que o brasileiro (R$ 2.533).


11/05/2023

Portal WSCOM

Cerca de 58,8% da população residente na Paraíba, em 2022, tinha algum tipo de rendimento, de acordo com o módulo Rendimento de Todas as Fontes, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022, divulgado nesta quinta-feira (11), pelo IBGE. O percentual corresponde a, aproximadamente, 2,4 milhões de pessoas e é o 9º menor do país, inferior às médias do Brasil (62,6%) e do Nordeste (59%).

Em relação às subdivisões, o contingente daqueles que possuíam rendimento de todos os trabalhos era de 1,4 milhão, que representava 35,1% da população residente, enquanto o dos que tinham rendimento de outras fontes era de 1,2 milhão (29,9%). No estado, o rendimento médio de todas as fontes, que inclui essas duas categorias, foi de R$ 1.846, em 2022, superior ao da região (R$ 1.714), mas menor que o brasileiro (R$ 2.533). Já o valor médio paraibano habitualmente recebido de todos os trabalhos era de R$ 2.107, ao passo que o de outras fontes era de R$ 1.157.

 

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua

 

Na Paraíba, entre os componentes do indicador “outras fontes de renda”, a categoria aposentadoria e pensão tinha participação de 13,3% no total da população residente, com um rendimento médio de R$ 1.734. Por outro lado, aqueles que tinham aluguel e arrendamento como fontes representavam 1% da população paraibana, com um valor médio de R$ 1.485, que, frente ao ano anterior (R$ 954), teve alta de 55,7%. Os que recebiam pensão alimentícia, doação e mesada de não morador correspondiam a 2,6%, com rendimento médio de R$ 415.

No entanto, a maior participação populacional no indicador “outras fontes de renda” foi da subdivisão “outros rendimentos” (14,5%), que abarca programas de transferência de renda e rentabilidade de aplicações financeiras. Nesse caso, o rendimento médio era de R$ 622, o que aponta para um crescimento de 40,4% frente ao verificado em 2021 (R$ 443).

Programas sociais

Em 2022, cerca de 35,5% dos domicílios paraibanos recebiam do Bolsa Família ou Auxílio Brasil, 4,8% do Benefício da Prestação Continuada (BPC-LOAS) e 3,3% de outros programas sociais. Ao analisar a série histórica, o levantamento indica que houve queda nesse último percentual, que em 2020 era de 38,6% e, em 2021, de 27%, ao passo que houve um aumento no primeiro indicador, que, respectivamente, era de 12,9% e 15,9%.

 

 

Conforme a publicação, essa variação nos indicadores ocorreu porque, no final de 2021, o pagamento do auxílio emergencial, criado em 2020 para fazer frente à pandemia da COVID-19, foi interrompido e houve a substituição do Programa Bolsa Família pelo Programa Auxílio Brasil. Como o auxílio emergencial era captado na pesquisa com a rubrica de outros programas sociais, enquanto o Programa Auxílio Brasil foi captado na pergunta que anteriormente mapeava o Programa Bolsa Família, houve essa diminuição em um e o consequente aumento no outro.

Ainda segundo a pesquisa, a proporção paraibana de domicílios que recebia rendimento do Bolsa Família ou Auxílio Brasil (35,5%) era a 3ª maior do país, atrás somente das constatadas no Maranhão (40,7%) e no Piauí (40,3%). Além disso, ficou acima das médias regional (33,8%) e nacional (16,9%).

Paraíba tem maior desigualdade econômica do país, aponta índice de Gini

Em 2022, a Paraíba registrou o maior Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita do país, de 0,558, de acordo com o módulo da PNAD Contínua. O indicador mede a concentração de renda e a desigualdade econômica – quanto mais próximo de zero o número, maior a igualdade de renda entre a população do local. O resultado paraibano ficou acima dos constatados na média do Brasil (0,518) e do Nordeste (0,517), indicando, portanto, maior desigualdade.

Apesar disso, o indicador seguiu a tendência nacional de redução frente a 2021. Nesse ano, os valores eram de 0,544, no cenário geral do país; 0,556, no da grande região; e de 0,562, no estadual. Conforme a pesquisa, o rendimento médio mensal

 

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua

 

Ao analisar outro indicador de desigualdade social, a pesquisa ressalta que, no estado, 50% da população com os menores rendimentos recebia um valor médio mensal real domiciliar per capita de R$ 351. Por outro lado, para aqueles que faziam parte do 1% com os maiores rendimentos, esse valor era de R$ 23.132. Na média de todas as unidades da federação, esses valores eram de R$ 537 e R$ 17.447, respectivamente.

 

 

Desse modo, o levantamento indicou que, no estado, o rendimento do último grupo era 65,9 vezes maior que o da metade da população com os menores rendimentos, a maior proporção da série histórica. Essa razão correspondia a mais do que o dobro da observada na média brasileira, de 32,5 vezes.

Ao observar a série histórica, a pesquisa identificou um crescimento sistemático dessa diferença. O número passou de 32,4 vezes, em 2012, para 43,1 vezes, em 2019. Em 2020, houve redução para uma proporção semelhante à verificada no início da série (32,1 vezes). Contudo, depois disso, a assimetria voltou a crescer ao longo dos anos seguintes.

 



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