Paraíba
Paraíba é o nono estado com o maior número de moradores em casas próprias, e economista destaca crescimento da construção civil
13/12/2024
Anna Barros/ Portal WSCOM
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (12), o Censo Demográfico de 2022. Segundo os dados, 74,9% dos moradores da Paraíba residem em domicílios próprios. No entanto, também foi constatado um crescimento do número de pessoas indo para o aluguel. Pensando nisso, o Portal WSCOM conversou com um economista especializado na área para explicar os principais motivos dessas variações do mercado.
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A Paraíba, com a porcentagem de 74,9% – representando 3,96 milhões de pessoas –, fica acima da média nacional de 72,7%, e se coloca em nono lugar entre todos os estados. Para Werton Oliveira, economista-chefe do Sinduscon-JP, um dos principais motivos para esse destaque é a forte construção civil do estado.
“A gente sabe que a construção civil representa cerca de 35% do PIB da indústria da Paraíba, isso mostra justamente a presença da construção civil em todo o território paraibano. Obviamente em uns lugares mais concentrados, como a capital, e outros menos, mas com a presença em todo o estado”, destacou.
Outro ponto também foi levado em consideração para o especialista: os preços. “ A gente sabe que João Pessoa, como a capital, tem um dos metros quadrados mais baixos do país entre as capitais e isso obviamente facilita a compra da casa própria por uma quantidade maior de pessoas, o que influencia esse resultado tão positivo de 74,9%”, acrescentou.
No entanto, mesmo com esse ponto positivo, o Censo apontou que houve um aumento de 3,4 pontos na porcentagem de pessoas que moram de aluguel no estado em comparação ao anterior. Em 2010, era de 15,6% e, em 2022, esse número foi para 19%.
Uma das justificativas apresentadas por Werton foi a valorização dos imóveis após o período da pandemia da Covid-19. “Houve uma valorização da pandemia para cá, houve uma valorização considerável nos preços dos imóveis. No caso da Paraíba, a gente sabe que é um estado que as pessoas têm baixa renda ou, pelo menos na média nacional, a gente tem que ter uma renda muito abaixo da renda nacional. Isso dificulta o acesso à casa própria, porque a gente tem que ter recurso para comprar um novo”, ressaltou.
Ele também citou atualização da cota máxima do financiamento da Caixa Econômica Federal, válida desde 1 de novembro, que exige valores maiores para a entrada na compra de um imóvel.
“Consequentemente, políticas que restringiam o acesso ao financiamento imobiliário – que a gente sabe que boa parte das pessoas que adquirem o imóvel próprio é de fato financiado –, como essa da Caixa, que restringe ou amplia o valor de entrada do imóvel, prejudica sim o acesso de pessoas, de novos compradores ou pessoas que moram alugado a compra do imóvel”, pontuou.
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