Esporte
Palmeiras renova patrocínio de R$ 81 mi com a Crefisa
23/01/2019
O maior patrocínio da América Latina. Foi assim que o Palmeiras anunciou nesta quarta-feira as renovações de contrato com a Crefisa e a FAM (Faculdade das Américas). Em evento realizado na Academia de Futebol, Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, e Leila Pereira, presidente das empresas, enalteceram a parceria que pode render ao clube cerca de R$ 410 milhões até 2021.
Além dos R$ 81 milhões anuais, o clube vai embolsar R$ 15 milhões de luvas pela assinatura do contrato e terá direito a bonificações por metas (que podem render mais cerca de R$ 34 milhões por ano).
Outros R$ 6,8 milhões serão pagos pela empresa por “propriedades de marketing” (Leila não especificou quais serão). A empresa foi responsável pelo pagamento de salários de jogadores como Lucas Lima e Miguel Borja, por exemplo.
– Naquele momento (2015, início da parceria), o Palmeiras estava numa situação difícil. Atravessamos muito provavelmente a maior crise financeira e esportiva da história do Palmeiras. Iniciamos a reconstrução do nosso clube. Naquele momento assinamos o primeiro contrato com a Crefisa, depois com a FAM. Esse contrato passou a ser uma grande parceria. São quatro anos e três títulos nacionais. Hoje o Palmeiras é um clube referência. A participação dos nossos parceiros foi muito grande para que o clube pudesse alcançar o patamar que alcançamos hoje – afirmou o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte.
– É uma parceria diferente, é um patrocínio extremamente importante. Até hoje é o maior da América Latina – completou o dirigente.
Maurício Galiotte e Leila Pereira firmaram o novo contrato na sala de imprensa da Academia de Futebol. A empresária, que também é conselheira eleita do clube, fez questão de confirmar os valores da parceria e disse que espera permanecer no Palmeiras “eternamente”.
– Quando eu peguei o telefone e liguei para o Palmeiras para começar esse relacionamento, eu estava certa. Segui a minha paixão e a do meu marido. Vocês viram o resultado, em quatro anos de parceira três títulos nacionais. Iniciamos uma nova era, Crefisa, FAM e Palmeiras, que eu pretendo que se eternize. Minha vontade é permanecer para sempre na Sociedade Esportiva Palmeiras – disse Leila Pereira.
A presidente da Crefisa disse que vê o clube sendo “invejado” no Brasil e se recusou a falar sobre comentários feitos pelo diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, que apresentou seu patrocinador dizendo que ele “não tem interesse na política do clube”, uma clara alusão ao fato de Leila ter se tornado conselheira e dizer que pretende ser presidente do Palmeiras um dia.
– Aqui estamos conversando sobre o Palmeiras. Decacampeão brasileiro, o maior campeão do Brasil. Não gostaria de falar sobre outros clubes – disse ela.
– Eu me sinto muito à vontade (de falar abertamente), porque são valores reais. Com relação aos títulos, depende da performance, mas estamos preparados para isso. Não é porque é um patrocínio desse tamanho… É um valor real, está no contrato, está no balanço. É o maior patrocínio da história do futebol. Não tenho dúvida de que é invejado no Brasil. Mas pertence ao maior campeão do Brasil – acrescentou.
A Crefisa também investiu cerca de R$ 120 milhões em contratações e salários de jogadores desde 2015, valor hoje reconhecido pelo clube como dívida com a instituição financeira e que movimentou os bastidores do Palmeiras na última temporada.
Logo após a coletiva, o atacante Dudu postou um vídeo no Instagram celebrando a renovação de contrato entre Palmeiras e Crefisa:
Mesmo com reprovação do Conselho de Orientação e Fiscalização das contas do clube em 2018, o Conselho Deliberativo aprovou, em agosto do ano passado, os aditivos no contrato anterior de patrocínio, o que fortaleceu ainda mais o grupo político que hoje comanda o Verdão.
Reeleito em novembro, Galiotte conta com apoio público de Leila Pereira, que atualmente cumpre seu primeiro mandato de conselheira. Em 2021, quando poderá se candidatar novamente ao Conselho, a empresária terá direito de concorrer à presidência do Verdão, quando se encerra a atual gestão.
Em dezembro, um empresário que se apresentou como representante da Blackstar, empresa com sede em Hong Kong, disse que teria uma proposta bilionária de patrocínio para o Palmeiras. A Blackstar havia sido levada ao clube por membros da oposição. O Palmeiras descartou o negócio, já que as garantias bancárias apresentadas eram falsas.
Veja os tópicos das entrevistas de Leila Pereira e Mauricio Galiotte:
Leila detalha os valores:
– A Crefisa e a FAM tiveram participação importante nesse protagonismo do Palmeiras. Temos que falar de valores. São valores reais. O contrato é um patrocínio de rês anos, até 2012, anualmente, pela camisa, são R$ 81 milhões. De propriedade de marketing, R$ 6,8 milhões. Além disso, são R$ 15 milhões de luvas pela renovação de patrocínio, mais os prêmios, que totalizam R$ 34 milhões. São R$ 136 milhões ao ano. Em três anos, cerca de R$ 410 milhões. São valores que farão toda a diferença no que queremos para o Palmeiras. Todos esses números são baseados na confiança em nosso presidente, no trabalho desenvolvido. Hoje, o Palmeiras é referência no Brasil. Isso me enche de orgulho.
Galiotte fala sobre investimento em outros esportes:
– Todo patrocínio da Crefisa e da FAM é para o Palmeiras, e administramos da melhor forma possível. A grande maioria é para o futebol, mas o Palmeiras tem planos de resgatar o esporte amador competitivo. Faz parte do nosso plano, sim. Mas é importante o torcedor saber que o Palmeiras busca apoio para outras categorias. A Crefisa contribui sempre que chamada. Teremos futebol feminino com Crefisa na camisa.
Galliote comenta sobre as receitas do clube em 2018:
– Além do patrocínio, temos arrecadação, sócio-torcedor, cota de TV, produtos licenciados, uma série de receitas importantes, e somamos, no ano anterior, próximo de R$ 650 milhões. Queremos ficar acima, crescendo ano a ano.
Leila, sobre o retorno para as empresas:
– Sem dúvida, depois da parceria, nossa empresa, que sempre foi grande anunciante, mas nada se compara à camisa do Palmeiras… A visibilidade ultrapassou os limites do Brasil. Foi por paixão, mas nossa marca, com a marca Palmeiras, fez nossas receitas subirem ainda mais.
Galiotte, sobre pressão por causa da divulgação dos valores do contrato:
– Pressão sempre existe, existiu e existirá. Prefiro com patrocínio expressivo. Aumenta especulação, óbvio. Mas conseguimos três títulos nacionais em quatro anos. Temos tido performance esportiva. Não é comum divulgar valores, mas o Palmeiras trabalha 100% transparente. Por que não passar? Esse é o valor correto.
Leila, sobre a repercussão do contrato do Palmeiras com os outros clubes:
– Os outros clubes não devem ficar incomodados, deveriam seguir o modelo do Palmeiras. Gostaria que nossa parceria seguisse de exemplo. É bom para o futebol brasileiro. Imagina se todos os clubes tivessem um patrocinador parecido. Em vez de ficar incomodados, deveriam buscar um parceiro como o Palmeiras tem.
Globo Esporte
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.