Paraíba

Padre fez sexo com ex-coroinha antes de ser morto na PB, diz polícia

LATROCÍNIO


26/09/2017



O padre Pedro Gomes Bezerra foi vítima de latrocínio, roubo seguido de morte, e manteve relações sexuais com um dos suspeitos pouco antes de ser assassinado em Borborema, na Paraíba. O delegado Diógenes Fernandes, responsável pela investigação, afirmou nesta terça-feira (26) que estas são as conclusões do inquérito policial finalizado na sexta-feira (22).

O padre foi encontrado morto dentro de casa no dia 24 de agosto, em Borborema. Ele foi alvo de ao menos 29 facadas, segundo a perícia.

Para o delegado, ficou confirmado que o suspeito – que segue foragido – de esfaquear e matar o padre, usou a intimidade que tinha com a vítima para roubá-la. Um adolescente, que foi apreendido cinco dias após o crime, também é suspeito de participar do assassinato.

Em sua primeira versão à polícia, o adolescente confessou o crime. Ele disse que foi convidado para consumir bebidas alcoólicas dentro da casa e que o homicídio aconteceu depois que o padre tentou fazer sexo com ele. Em uma segunda versão, informou que a motivação para o crime não era passional, mas patrimonial.

De acordo com Diógenes Fernandes, o jovem, que foi coroinha na mesma paróquia e está foragido, mantinha uma relação de intimidade muito grande com o padre. Dois dias antes do crime, ele entrou em contato com Pedro Gomes e indicou que apresentaria um amigo – que é o adolescente apreendido.

O padre então se encontrou com o ex-coroinha e o adolescente em Arara, município próximo a Borborema, e os levou para a casa paroquial sob o pretexto de assistirem a um jogo de futebol pela TV.

Sexo entre padre e ex-coroinha

Para chegar à conclusão da relação sexual mantida entre o padre e o ex-coroinha antes do crime, a Polícia Civil se valeu dos relatos do adolescente apreendido como partícipe, de pessoas que conheciam o padre e o suspeito, assim como relatos das autoridades policiais envolvidas no inquérito.

De acordo com Diógenes Fernandes, laudos periciais devem ser juntados ao processo, mas uma das peritas responsáveis pelos exames adiantou os indícios.

"Uma perita nos adiantou que há indícios relevantes de relação sexual entre os dois [padre e suspeito]. Além disso, o depoimento do adolescente bate com o cenário encontrado no dia do crime. Os laudos médicos que vão ser acrescentados no processo seguem essa linha", afirmou.

"No dia do crime, eles se encontraram sob o pretexto de ver o jogo. Houve consumo de bebida alcoólica e o jovem, ex-coroinha, manteve relações sexuais com o padre. Em seguida, com uma faca da própria casa, ele esfaqueou o padre. A intenção dos dois jovens era roubar R$ 10 mil do cofre da casa paroquial, pois a igreja da cidade havia arrecadado muito com a festa da padroeira de Arara, cidade que pertence à paróquia de Borborema”, explicou o delegado.

Após matarem o padre Pedro Gomes, os dois suspeitos conseguiram abrir o cofre na casa paroquial, mas não acharam o dinheiro e fugiram com o celular da vítima.
No final de agosto, a Polícia Civil conseguiu localizar o aparelho com um morador da fazendo que pertence à família suspeito. Ainda de acordo com o delegado, o ex-coroinha usou o adolescente para atrair o padre, tendo em vista que a vítima e o adolescente nunca tinham se encontrado até a noite do crime.

O dinheiro alvo dos suspeitos só foi encontrado escondido embaixo de uma gaveta após uma varredura do Instituto de Polícia Científica (IPC) no cenário do crime. Para Diógenes Fernandes, o jovem ex-coroinha foi indiciado por latrocínio e corrupção de menores de idade, pelo fato de ter usado o adolescente de 15 anos para enganar a vítima.

O adolescente apreendido segue internado no Centro de Educação do Adolescente (CEA), em João Pessoa. O morador da fazenda da família do suspeito que comprou o celular foi autuado por receptação, mesmo tendo alegado que não sabia que o aparelho havia sido roubado.

“O mais importante foi a elucidação do caso. Seguimos em busca do jovem suspeito do crime. Expedimos o mandado de prisão preventiva dele. A prisão do mentor do crime e principal executor vai ser uma consequência natural”, concluiu Diógenes Fernandes.



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