Política

Padre diz que dom Aldo foi injustiçado na PB: “Pagou alto por dizer o que pensa”

AVALIAÇÃO


06/07/2016

O padre Nilson Nunes, titular da Paróquia Santuário Nossa Senhora Mãe Rainha, localizada no bairro do Bessa, em João Pessoa, recebeu com tristeza a renúncia do Arcebispo da Paraíba, dom Aldo Di Cillo Pagotto, nesta quarta-feira (6). Em sua avaliação, ele diz que respeita os motivos apontados na carta encaminhada por Dom Aldo ao Vaticano, cita os problemas do agora Arcebispo Emérito da Paraíba com o clero, o envolvimento com a política e destaca o legado deixado.

“Dom Aldo enfrentou na Arquidiocese da Paraíba problemas de saúde e também outros problemas com o próprio clero, além de algumas situações em que a imprensa e todos acompanharam, mas acredito que Dom Aldo é um exemplo de superação. Ele sai em um momento em que as coisas na Arquidiocese estão indo bem, sobretudo, no que diz respeito a vida pastoral”, comentou.

Nos mais de 10 anos de dom Aldo Pagotto à frente na Arquidiocese da Paraíba foram criadas 80 novas paróquias e pastorais, algo considerado um avanço dentro da igreja. Para padre Nilson, o arcebispo foi um líder fiel, que sempre se relacionou muito bem com todos os poderes constituídos e com os políticos, mas que nunca deixou de dizer o que pensa, algo que, segundo ele, talvez tenha sido o maior de seus erros.

“Por entender que a igreja está presente na sociedade, Dom Aldo se aproximou dos poderes constituídos, dos governos, talvez isso não tenha sido compreendido pelos paraibanos. Um bispo discutindo determinadas questões sociais na vida da igreja? Enfim, é o que vejo, já disse isso a ele. Creio que Dom Aldo pagou um preço muito grande, até de incompreensão por falar o que pensa, e também por ser muito fiel”, afirmou.

“Dom Aldo esteve presente muitos momentos da sociedade paraibana, mostrando sua independência e sendo fiel ao que acredita. Então, quando se pedia a opinião de dom Aldo sobre determinada situação, seja questão política ou social, ele nunca deixou de dizer o que pensa. É uma pessoa verdadeira, e pagou um preço muito alto por isso. Ele terá um tempo para cuidar de si, da sua saúde e dará sequência a sua missão. Creio que houve muita injustiça com Dom Aldo”, concluiu. 



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