Música

Orquestra Sinfônica da Paraíba apresenta concerto com regente e solistas convida

Nesta quinta


09/09/2014



A Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) apresenta, nesta quinta-feira (11), o segundo concerto oficial da temporada 2014. A regência será do maestro Osvaldo Ferreira, tendo como convidados Gabriel Marin (viola) e Kayami Satomi (violoncelo). “Este concerto tem grande significado pelos convidados, repertório de dois compositores jovens e vivos, pelos paraibanos contemplados Kayami e Eli-Eri”, destaca o regente titular da OSPB, Luiz Carlos Durier. A apresentação gratuita será às 20h, na Sala de Concertos José Siqueira (Espaço Cultural).

O repertório do concerto traz a sinfonia que mudou o rumo da linguagem sinfônica na história da música. “Um concerto duplo inspirado num grande e representativo mestre nordestino, e a estreia na nossa região, de uma obra indicada ao Grammy Latino de 2013”, afirma Durier. Os convidados renomados, cujos trabalhos artísticos e pedagógicos reconhecidos, multiplicam habilidades musicais com jovens em todo o Brasil, nas suas respectivas áreas: regência, viola e violoncelo.

A apresentação começa com “Abertura Jobiniana”, obra encomendada pela Orquestra Sinfônica Nacional da Costa Rica, que exigiu uma tarefa grande e emocional do compositor Rafael Piccolotto. O resultado da junção dos motivos musicais extraídos das obras: “Canta, Canta mais”, “Brasília, Sinfonia Alvorada” e “Passarim” de Tom Jobin foi um sucesso. A consequência foi a indicação ao título de Melhor Composição Clássica Contemporânea, na 14ª Edição do Grammy no ano passado. Na ocasião, o jovem paulista (de Campinas) de 27 anos afirmou: “É uma ótima surpresa de realização e reconhecimento”.

Na sequência, a OSPB executará “Armorialis – Concerto Duplo para viola, violoncelo e Orquestra”, escrita em 2007, em homenagem aos 80 anos do escritor Ariano Suassuna. A obra foi comissionada pela direção do XI Festival Internacional de Música Virtuosi, realizado na cidade do Recife. A peça tem sua concepção a partir das ideias de Ariano Suassuna referentes à Música Armorial, particularmente no que diz respeito às suas propostas de estabelecer na música um elo entre o popular e o erudito; de recriar os cantares, os toques de viola e da rabeca dos cantadores do Nordeste brasileiro; e de evocar a tradição medieval ibérica, cujos traços estão presentes na cultura popular nordestina. No primeiro movimento (Romance), há uma alusão aos romances de cavalaria da Idade Média. Recordando as raízes ibéricas do Nordeste. O segundo movimento representa uma ‘Incelença’, um cântico entoado durante um velório, em volta do morto, por uma rezadeira (a líder) e por um coro de sentinelas (demais pessoas que acompanham a cerimônia funerária, rezando e cantando). O terceiro movimento é um ‘Desafio’, que representa um dos tipos de cantoria de viola do Nordeste brasileiro.

A parte final do concerto traz no programa a “Terceira Sinfonia em Mi bemol de Beethoven”, uma das obras sinfônicas mais importantes, entendida como um divisor de águas na história da música ocidental, pelo grande significado de expressão imortal. “É revolucionária, também, pelas proporções inéditas e complexidade artística. Curiosamente a sinfonia começa com dois acordes, anunciando um tema muitos simples, mas são os motivos secundários e de transição que dão todo ímpeto e drama constantes”, ressalta Durier. O segundo andamento, “Marcha Fúnebre” é caracterizada pelos ritmos pontuados e de “enorme grandeza e pathos dramático”. O Scherzo se apresenta como um misterioso sussurro nas cordas com explosões de fortíssimos em toda a orquestra, com ritmos sincopados inovadores e de grande energia. Para o Finale, Beethoven recorreu a um tema do seu ballet Prometheus. O andamento combina forma de variação e fuga com agradável e surpreendente conclusão apoteótica.

“A OSPB, neste recomeço, se associa a grandes artistas brasileiros e paraibanos, para promover belos espetáculos musicais. Os convidados vêm com o compromisso de multiplicar saberes e habilidades musicais com jovens estudantes daqui, agregando valores musicais e artísticos. Este intercâmbio favorece a troca de conhecimento. Afinal, realizamos um trabalho relevante, construído diariamente, cumprindo nossa função social, o que nos coloca como uma boa referência no Brasil”, finaliza Durier.



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