Brasil & Mundo

OPINIÃO: Walter Santos analisa obra de Flávio Tavares nos 70 anos do melhor pintor brasileiro


15/02/2020

Por Walter Santos



Sábado de reverenciamento ao mais importante pintor brasileiro, Flávio Tavares, nos seus 70 anos de vanguarda

A rica e singular trajetória do pintor pós-modernista de base estética a remontar estilos clássicos da pintura brasileira de nome Flávio Tavares chega neste sábado a conviver com o tempo de reverenciamento em vida aos  seus 70 anos bem vividos como gênio da pintura brasileira.

Diferentemente de Cícero Dias, vizinho de Pernambuco, por exemplo, que depois de ilustrar “Casa Grande & Senzala” decidiu morar em Paris, assim como fizeram muitos Modernistas, Flávio Tavares preferiu se enfurnar no Altiplano do Cabo Branco (João Pessoa-PB) para produzir a mais importante obra – “O Golpe” dos últimos tempos – a partir do Brasil, se consolidando como artista universal até quando divergindo da narrativa oficial e da mídia nacional denunciando a trama do Impeachment da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

Permitam-me trazer este componente politico contemporâneo à obra de Flávio Tavares porque em tempos atuais é do que ele sustenta sua alma inquieta, inventiva e ideológica a  reproduzir na fase atual o mesmo grito humano que Pablo Picasso produziu em 1937 com “Guernica”, na Espanha, neste último caso denunciando bombardeio na Guerra Civil Espanhola.

GENIALIDADE DESDE PRIMEIROS PASSOS

A rigor, a história de Flávio Tavares incide em influências  e diálogos com grandes personagens na sua formação, a partir de seu pai, médico Arnaldo Tavares, homem próximo das artes e da boemia, e no tempo seguinte por gente do tamanho de Ariano Suassuna a impressioná-lo.

Mas, como desenhista inicial à formação em si como artista plástico não há como negar sua formação com o tropicalista Raul Córdula em curso básico na UFPB, antes do famoso DAC (Departamento de Artes e Comunicação)  além de curso posteriormente com o pintor e gravador Hermano José. Os dois influenciaram muito na sua rica formação.

Daí em diante deixou o curso de Sociologia para se dedicar à pintura aos 18 anos de idade partindo logo cedo a chamar a atenção, como se deu em 1976 ao publicar o álbum de desenhos O Pavão sem Mistério levando o renomado Ziraldo a escrever texto de apresentação.

Só que a genialidade de Flávio Tavares perpassa da intuição ou criatividade rude, primitiva, quando sua história é reforçada com estudos de pintura na Universidade de Yale, depois na Universidade de Connecticut e no Simon Rock College.

O fato é que Flávio Tavares se mantém com imensa produção permanente, como se fosse o jovem artista de antes quando atrás fez exposições em Berlim, em 1981, e em seguida em Jerusalém. Na vida inteira já esteve em Grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York, mas nada se compara ao seu ateliê.

SINTESE DO PINTOR UNIVERSAL

É certo que Flávio já pintou cenários para peças teatrais, painéis e murais na Paraíba e em outros estados do Nordeste, como registra sua historiografia apontando-o como
autor de uma série de desenhos criticando a ditadura, além de produzir charges sobre os problemas políticos e sociais da Paraíba, do Brasil e do mundo.

ENFIM, O REVERENCIAMENTO

É, sei que ele é muito mais do que isso, entretanto está claro que Flávio Tavares se reabastece e se rejuvenesce pelo alimento da alma inquieta convivendo com a realidade na qual se inspira atraindo elementos
populares, oníricos e mitológicos na sua obra, como se deu na grande obra – “O Golpe”, em nível pictórico somente rivalizado pela força do filme “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa.

Eis nossa sintese sobre o menestrel das artes plásticas em nível de estética e postura vanguardista sem igual no Brasil.

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