Internacional

Obama não descarta enviar armas como última solução para crise na Ucrânia

Solução


09/02/2015



O presidente dos EUA, Barack Obama, não descartou o envio de armas letais à Ucrânia em último recurso, caso os esforços diplomáticos conduzidos pelo país, a França e a Alemanha sobre um cessar-fogo no Leste do país fracassem. Ele acusou a Rússia de violar claramente todos os compromissos do acordo firmado em Minsk, em setembro passado. Após encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, na Casa Branca, o presidente disse que, se a Rússia continuar no caminho de desafiar o Ocidente com novos avanços militares, o isolamento do país só irá piorar.

Os russos violaram basicamente todos os compromissos que assinaram, e fizeram ainda mais ataques desde então. A agressão russa apenas reforçou o poder da aliança entre os EUA e os demais países. Continuaremos apoiando nossa presença com apoio financeiro e plataformas anticorrupção — declarou em coletiva. — A Rússia continua prejudicando a própria economia com as ações na Ucrânia, e não pré-julgarei o efeito de novas sanções. A Rússia não pode redesenhar as fronteiras da Europa pela força.
Como era esperado, Obama falou sobre a divergência por conta do eventual envio de armas letais defensivas a Kiev. Ele advertiu que a solução é um último recurso porque a própria Rússia poderia se beneficiar de outras soluções mais viáveis economicamente.

— A perspectiva de uma solução militar onde a Ucrânia ganha do extraordinário Exército russo sempre foi baixa. Sempre foi improvável. Se a solução diplomática for adotada, é pelos esforços de Angela — elogiou. — Se não der certo, analisaremos todas as opções. Falei com minha equipe ver que caminhos podemos tomar. As armas letais defensivas foram uma opção que vimos, mas não decidimos nada. Vamos fazer de tudo para ajudar a Ucrânia, focando na diplomacia. Se falhar, analisaremos o que é possível.
Na reunião, Merkel apresentou o novo plano de paz proposto pela Alemanha e a França, já detalhado para o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e também para sua contraparte russa, Vladimir Putin, na semana passada. A chanceler e François Hollande, presidente francês, têm mediado diretamente as conversas. Na coletiva, ressaltou que "não vê uma solução militar para o conflito".

— É necessário haver representantes legítimos nas regiões hoje declaradas autônomas, como Donetsk e Luhansk. São locais que tinham um território e agora dizem ter outro. É um ponto fundamental da agenda que estamos abordando — apontou — Civis estão morrendo, e isto não é aceitável.
A chanceler ainda afirmou que não tem quaisquer tensões com os EUA por conta da revelação de que os parceiros chegaram a espionar comunicações de altos funcionários alemães. Ela e Obama negaram conflito por conta da Agência Nacional de Segurança (NSA), e garantiram buscar transparência na luta contra o extremismo.

 

— Estamos cientes da preocupação com o terrorismo, e estou ciente de que os EUA nos fornecem informações valiosas de inteligência no combate. Estamos constantemente discutindo questões de proteção da privacidade — garantiu.
Obama mencionou ainda que 2015 marca os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e 25 da reunificação alemã, e elogiou a contraparte do país nos esforços aliados ao afirmar que "países podem ser reconstruidos, adversários podem virar aliados, muros podem cair".

Obama também elogiou os avanços ao controle do programa nuclear iraniano, mas alertou que o país não abriu mão do desenvolvimento de material que poderia dar soluções nucleares perigosas.
Outro ponto ressaltado pelo presidente americano é o não encontro com o premier israelense, Benjamin Netanyahu, como política de Estado. Ele afirmou que as relações entre os dois países "vão além de partidos". Netanyahu falar no dia 11 de março sobre possíveis ameaças do Irã, convidado pelo líder da Câmara, o republicano John Boehner.

 

 



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