Política

Novo partido tira 17 políticos da base de Dilma

Mudança


29/09/2013



 O Solidariedade, partido criado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical, após aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , está em fase final de negociação para tentar atrair mais 15 deputados federais até a próxima sexta-feira (4), quando termina o prazo legal para migração sem infringir a lei de fidelidade partidária a tempo de concorrer em 2014.

Integrantes da executiva nacional do partido esperam que pelo menos dez dos nomes em negociação integrem a lista de 23 parlamentares já filiados que será apresentada ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na próxima quarta-feira (2).

Para que serve um filósofo conservador?

O iG teve acesso à lista ( veja quadro abaixo ), que soma 22 deputados federais e o senador Vicentinho Alves, atualmente no aliado PR de Tocantins – ele deve disputar o governo do Estado pela nova legenda.

A maior parte dos dissidentes compõe a base do governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso, atraídos pela possibilidade de presidir o diretório do Solidaridade no seu Estado. A moeda de troca de Paulinho foi colocar como regra do estatuto do partido que os diretórios terão direito a 50% dos recursos do fundo partidário a que a sigla terá direito. A maioria dos partidos trabalha com uma participação no fundo entre 30% e 40%.

A base perde até agora 16 deputados. O PDT, partido a que Paulinho pertencia, é a legenda com mais baixas. A sigla à frente do Ministério do Trabalho está perdendo seis deputados – a expectativa do Solidariedade é de que mais um pedetista confirme sua filiação até segunda-feira (30).

O segundo partido com mais perdas é o PMDB, principal aliado de Dilma. Em seguida está o PR, com três baixas. O PEN vem em quarto com dois deputados com mandato e o licenciado Berinho Bantim, atual secretário de agricultura de Roraima. Já PP e PRTB perdem um deputado, cada. Veja a lista completa:

Deputados de mudança
PDT João Dado (SP)

Manato (ES)

Marcos Medrado (BA)

Oziel Oliveira (BA)

Paulinho da Força (SP)

Sebatião Bala Rocha (AP)

PMDB Arthur Maia (BA)

Benjamin (Maranhão (PB)

Genecias Noronha (CE)

Wladimir Costa (PA)

PR Henrique Oliveira (AM)

Jaime Martins (MG)

Laércio Oliveira (SE)

PEN Fernando Francischini (PR)

João Caldas (AL)

PPS Augusto Carvalho (DF)

Simplício Araújo (MA)

PSDB Willian Dibb (SP)

PSD Armando Vergílio (GO)

PP Luiz Argôlo (BA)

PRTB Aereo Lidio (RJ)

DEM Augusti Coutinho (PE)

Posicionamento

Apesar da debandada, a montagem da nova legenda não deve significar no presente momento um reforço automático na oposição ao governo Dilma. Embora Paulinho articule o apoio do novo partido ao senador mineiro Aécio Neves (PSDB-MG) na eleição presidencial do ano que vem, as negociações para atrair deputados leva em consideração uma proposta de neutralidade no Congresso no atual momento.

A ideia é que o novo partido atue de forma semelhante ao PSD nas votações, divergindo em pontos específicos de propostas enviadas pelo Palácio do Planalto.

A postura, contudo, não agrada ao Planalto. O iG conversou com deputados em mudança e alguns deles afirmam terem sido procurados por assessores do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) com pedidos para optarem pelo novato Partido Republicano da Ordem Social (PROS), que já prometeu se alinhar ao governo. O ministério nega qualquer conversa com parlamentares para encaminhá-los ao PROS.



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