Na última semana, o valor do gás de cozinha na Paraíba sofreu um reajuste de 6%, sendo este o 5º de 2025. Essa crescente além de impactar aumentar o custo da alimentação dentro dos lares paraibanos, os empreendedores do ramo alimentício também estão observando as consequências da alta no faturamento.

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Em entrevista ao Portal WSCOM, a presidente da Associação Brasileiras de Bares e Restaurantes da Paraíba (Abrasel-PB), Thâmara Cavalcanti, ressaltou que o reajuste impacta diretamente os comércios de médio e pequeno porte. “Esse reajuste agrava um cenário já delicado, marcado por instabilidade econômica, alta carga tributária e queda no consumo em alguns segmentos”, disse.

A presidente ainda pontuou que o gás pode representar entre 4% a 8% dos custos operacionais de um restaurante. “Em restaurantes com maior uso de cocção contínua, esse percentual pode ser ainda mais elevado, tornando o impacto imediato e significativo”, continuou.

Débora Lima, proprietária do La Panela, revelou ao WSCOM que, há 5 anos, quando o restaurante foi inaugurado, ela pagava cerca de R$55 reais no botijão. Com o preço mínimo atual sendo R$110, nota-se um aumento de 50% no valor.

Apoio ao setor

Thâmara afirmou que a Abrasel-PB já está em busca de diálogos com autoridades para que medidas de apoio ao setor possam ser discutidas.

“A Abrasel já articula com outras entidades do setor a abertura de diálogo junto aos governos estadual e federal. Nosso objetivo é propor medidas compensatórias, como isenções temporárias, revisão de alíquotas ou inclusão do setor em programas de apoio que possam mitigar os impactos desse aumento inesperado”, declarou.

Além disso, a associação está articulando parcerias para oferecer linhas de crédito aos empreendedores para que possam lidar com os consecutivos aumentos sem que a saúde financeira do negócio seja completamente comprometida.

“Estamos mapeando junto ao Sebrae e instituições financeiras parceiros algumas linhas de crédito com condições mais acessíveis para capital de giro e modernização de equipamentos. Além disso, orientamos os empresários a buscar renegociações com fornecedores e verificar linhas com juros subsidiados nos bancos regionais”, disse.

Perspectivas e orientações

O presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás GLP da Paraíba (Sinregás-PB), Marcos Antônio Bezerra, afirmou que o aumento deve continuar em todos os meses de 2025. E, segundo Thâmara, este é um momento de cautela para o segmento.

“A pressão inflacionária, somada à instabilidade tributária e trabalhista, exige do setor máxima atenção. Porém, temos visto sinais positivos no fluxo de turistas e no calendário de eventos, o que pode aquecer a demanda. A Abrasel acompanha de perto os indicadores e seguirá atuando para proteger o ambiente de negócios”, disse.

Sem perspectivas para mudanças a curto prazo, a Abrasel orienta os empresários a adotarem uma gestão inteligente e driblar o impacto dos valores.

“Temos reforçado a importância da gestão inteligente: revisão de cardápios, controle de CMV (Custo de Mercadoria Vendida), eficiência energética, redução de desperdícios e negociação com fornecedores. Além disso, estimulamos o associativismo como ferramenta de força coletiva para enfrentar crises e obter melhores condições comerciais”, concluiu.