O nome do deputado paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP) perdeu força para assumir a liderança do Governo na Câmara dos Deputados. Segundo publicação do Congresso em Foco, existe uma ala de legendas da base insatisfeita com a eleição de Rodrigo Maia na Câmara, que ficou incomodada com a articulação feita por Maia para a sucessão de Aguinaldo Ribeiro no lugar de André Moura (PSC-CE), atual líder do Governo. Somada a esta insatisfação, a bancada do PMDB, a maior da Câmara, gostaria de indicar um nome da legenda para o cargo.

Para tentar superar o impasse, o Planalto estuda criar um duplo comando para a sua base de apoio: um líder, o oficial do governo, cuidaria de uma parte da agenda de votações e das articulações com uma ala das legendas aliadas, e outro para tratar dos insatisfeitos com a eleição de Maia e que se encarregaria de mobilizar o outro segmento dos apoiadores do governo e formado por petebistas, parlamentares do PSD e parte do PMDB. Para evitar críticas de inchaço na máquina da Câmara, o governo e Rodrigo Maia analisam dividir em duas a estrutura de assessoria da liderança, com a divisão de assessores.

A decisão deve ficar para depois do carnaval, quando o Planalto espera que os ânimos da sua base de apoio estejam menos bélicos.

O governo atrasou a nomeação do novo ministro da Justiça para tentar abrir espaço aos insatisfeitos com a indicação do novo líder governista na Câmara. As negociações envolvem outros cargos de segundo escalão ainda vagos desde a substituição da ex-presidente Dilma Rousseff pelo vice Michel Temer depois do impeachment da petista. A dificuldade de escolha do líder aumentou com a mágoa do líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), derrotado por Rodrigo Maia com o envolvimento na campanha interna de ministros do governo que são do PMDB e do próprio presidente Temer.