Futebol

No dia do aniversário da mãe, filho de Eliza Samudio assina contrato como goleiro do Athletico

Apaixonado por futebol desde criança, Bruno Samudio foi para o Athletico-PR em 2023. Um ano depois dos treinos, o adolescente fechou contrato fixo com o time. Se estivesse viva, Eliza Samudio teria completado 39 anos nesta quinta-feira (22).


23/02/2024

Bruninho assinou contrato com o Athletico-PR. (Foto: Reprodução)

g1

Bruninho Samudio assinou contrato como goleiro do Athletico-PR nesta quinta-feira (22). A assinatura do contrato foi realizada no dia em que a mãe do adolescente, Eliza Samudio, faria 39 anos se estivesse viva.

Com 14 anos, o adolescente receberá investimentos do clube paranaense para a carreira de goleiro. Bruninho é filho do ex-goleiro Bruno Fernandes e de Eliza Samudio, que foi assassinada em 2010.

A partir da assinatura do contrato com o Athletico-PR, Bruninho receberá uma ajuda de custo do time, estudar no próprio Centro de Treinamento e será atendido pelos especialistas do clube. Junto da avó, Sônia Moura, os dois deixaram Campo Grande para viverem o sonho do adolescente em ser goleiro profissional, na capital paranaense.

Nas redes sociais, Sônia lembrou do aniversário da filha e da felicidade pela assinatura do contrato do neto. “Tenho comigo a melhor parte de você, posso admirar todos os dias, onde vejo o mesmo brilho no olhar, a mesma alegria, a mesma determinação, a mesma força, a mesma luz, Bruninho, seu filho é a essência viva sua. Isso me mantém forte e viva”, escreveu a avó do goleiro.

A madrinha de Bruninho, Maria do Carmo, comemorou a conquista do afilhado e espera por mais sucesso. Maria explica que Bruninho terá acesso a uma bolsa de estudos e melhores investimentos como jogador de futebol.

“Ele estuda, ele é um menino do bem e que a gente espera muito que ele continue sendo esse menino correto com ética, focado nos estudos e focado também naquilo que ele quer, que é se transformar no melhor jogador que ele puder no Brasil e fora do Brasil. Mas Deus é Pai, e Bruninho agora, assinou o contrato, vai ter a escola, vai ter uma ajuda de custo e está jogando no Sub-14, contratado agora pelo Atlético e no Sub-15”, comentou Maria do Carmo.

História no futebol

 

Bruninho atua como goleiro. — Foto: Arquivo Pessoal

Bruninho atua como goleiro. — Foto: Arquivo Pessoal

 

De estatura diferenciada dos garotos com a mesma idade, Bruninho começou a paixão pelo futebol nas quadras de futsal em Campo Grande. Desde muito cedo, a avó, que criou o menino após o assassinato de Eliza, incentivou o gosto pelo esporte.

Com 13 anos, no ano passado, Bruninho participou de uma seleção do Athletico e foi selecionado para o time de base, mas sem contrato.

Sônia conta que Bruninho sempre gostou de esportes. Inicialmente treinava karatê e chegou à faixa laranja. Contudo, o garoto passou a demonstrar interesse por futebol. “Eu tinha uma certa relutância, mas, com ajuda da minha psicóloga, entendi que não posso decidir por ele”, explica a mãe de Eliza.

Apesar da ligação óbvia com a profissão que fez o pai do adolescente ficar nacionalmente conhecido, Sônia faz questão de lembrar da atuação esportiva da filha para explicar a escolha do neto. “Eliza jogou como goleira por dez anos”, cita.

Quando morava em Campo Grande, o esporte foi responsável por custear a educação básica do adolescente em um colégio particular. A avó relata que, se não fosse por isso, não teria condições de mantê-lo na instituição de ensino.

Crime chocou o Brasil

 

Eliza Samudio desapareceu em 2010, e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade de Bruninho. Apenas em 12 de julho de 2012, após sentença publicada pela Justiça do Rio, Bruno se tornou legalmente pai da criança.

 

Eliza Samudio e o goleiro Bruno Fernandes — Foto: Redes sociais/Reprodução

Eliza Samudio e o goleiro Bruno Fernandes — Foto: Redes sociais/Reprodução

 

Bruno foi condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado de seu filho com a vítima. O goleiro também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas esta pena foi extinta, porque a Justiça entendeu que o crime prescreveu.

Após mais de uma década da morte da filha, Sônia Moura, ainda tem esperanças de achar o corpo da filha.

 

 



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