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No Caribe, Lula defende fim da polarização global e fim de conflitos internacionais


02/03/2024

O presidente Lula durante coletiva na Etiópia (Foto: Reprodução)

Brasil 247



O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a integração dos países da América Latina e Caribe e pediu o fim dos conflitos internacionais durante discurso na 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O encontro ocorre em Kingstown, em São Vicente e Granadinas.

Sobre a integração regional, Lula ressaltou que num contexto de difusão do poder global e de reforço constante da multipolaridade, a questão é se os países da América Latina e do Caribe querem se integrar ao mundo unidos ou separados. “Isso é particularmente relevante no momento atual, em que a nossa região se converterá no centro de gravidade da diplomacia global, ao receber as cúpulas do G20, da APEC, do BRICS e da COP30. Se falamos como região, temos mais chances de influenciar os grandes debates da atualidade. Se atuamos juntos, criamos sinergias que fortalecem nossos projetos individuais de desenvolvimento”, defendeu o presidente.

Lula destacou, ainda, que a proposta da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, defendida pela Presidência do Brasil no G20, pode se beneficiar do Plano de Segurança Alimentar e Erradicação da Pobreza da CELAC. Segundo ele, dos 660 milhões de latino-americanos e caribenhos, ainda há 180 milhões de pessoas que não possuem renda suficiente para suas necessidades básicas e 70 milhões ainda passam fome. “Esse é um paradoxo para uma região que abriga grandes e diversificados provedores de alimentos. O desenvolvimento sustentável e a transição energética são uma urgência do nosso tempo e uma oportunidade para todos nós”, complementou.

Sobre io conflito na Faixa de Gaza, Lula disse que a “indiferença da comunidade internacional é chocante” e sugeriu ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que propusesse uma moção da CELAC pelo fim imediato do que chamou de “genocídio” em Gaza.

“O secretário-geral pode invocar o artigo 99 da Carta da ONU para levar a atenção do Conselho tema que ameaça a paz e a segurança internacional. Faço um apelo ao governo japonês, que assume a presidência do Conselho a partir de hoje, para que paute esse tema com toda a urgência. Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança. Já são mais de 30 mil mortos. As vidas de milhares de mulheres e crianças inocentes estão em jogo. As vidas dos reféns do Hamas também estão em jogo”, disse.

Lula também citou a guerra na Ucrânia e a situação de violência e desestabilidade no Haiti.



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