Futebol

Neymar conduz Santos na vitória sobre o São Paulo; Ganso é hostilizado

Paulista


03/02/2013



 Paulo Henrique Ganso conheceu neste domingo a força de Neymar e a Vila Belmiro como inimigos. Foi vaiado, chamado de traidor e recebeu uma chuva de moedas em seu retorno ao estádio. E viu seu grande amigo ser decisivo mais uma vez. O craque do moicano trocou a genialidade habitual pela eficiência de um camisa 10 – típica do próprio Ganso. Deu duas assistências para Miralles e marcou um gol de pênalti sofrido por ele mesmo, comandando a vitória por 3 a 1 do líder Santos sobre o São Paulo.

O Peixe soma 13 pontos, assim como a Ponte Preta, mas leva a melhor no critério de saldo de gols (oito contra seis). O São Paulo sofreu a segunda derrota consecutiva – perdeu por 4 a 3 para o Bolívar, pela Libertadores. Último a ter 100% no Paulistão até este domingo, o time permanece com seis pontos e um jogo a menos do que a maioria dos adversários.

Ganso e Neymar não foram brilhantes como quando atuavam juntos. O meio-campista deu cadência ao Tricolor, arriscou lances de efeito, mas acabou parado pela forte marcação de Renê Júnior. Neymar voltou a mostrar o velho poder de decisão, ainda que sem a exibição de costume.

Na saída para o intervalo, Ganso reclamou da atitude da torcida santista e pediu punição:

– Vocês estão vendo isso? Será que vão ser punidos? Tenho de pegar (as moedas) e dar para quem precisa.

Os dois times voltam a jogar pelo Campeonato Paulista na próxima quarta-feira. Disposto a manter a liderança, o Santos vai a Lins encarar o Linense, às 19h30m, no Gilbertão. Já o Tricolor recebe a ainda invicta e sempre perigosa Ponte Preta, às 22h, no Morumbi.

Peixe marca, e Tricolor tem gol anulado
Não foi o primeiro tempo dos sonhos no encontro entre dois dos maiores jogadores do país nos últimos anos. Ganso não esteve tão brilhante. Neymar também ficou abaixo das exibições de gala que costuma ter na Vila Belmiro. Coube ao Santos ser, ao menos, mais eficiente do que o São Paulo para ir ao intervalo com a vantagem no placar.

Peixe e Tricolor optaram pela cautela nos primeiros minutos até os espaços começarem a aparecer. Ganso foi colocado pela esquerda da linha de três jogadores no meio de campo, com Jadson pelo centro e Osvaldo pela direita. Já Neymar apareceu aberto pela direita do ataque, tentando aproveitar a deficiência de Cortez na marcação.

Muricy optou por adiantar Montillo quase como um atacante, forçando Cícero a ser o armador. O argentino teve boa chance, aos 19, ao receber de Miralles e chutar com desvio. Apostando no toque de bola, o São Paulo respondeu em seguida. Após finalização de Jadson, Luis Fabiano pegou o rebote na área, driblou Rafael, mas perdeu equilíbrio e mandou a bola para fora.

Bem marcado por Renê Júnior, Paulo Henrique teve dificuldades para aparecer. No melhor momento, arriscou de cobertura após tabela de calcanhar com o Fabuloso. Neymar também sofreu, mas, quando abriu espaço, foi decisivo. Aos 38, ele recebeu de Guilherme Santos na área e, com um toque sutil de costas, encontrou Miralles. O argentino, que já havia perdido uma chance ao tentar driblar Denis, desta vez chutou direto e fez 1 a 0.

Os são-paulinos deixaram o campo reclamando de um gol anulado pouco tempo depois. Depois de cobrança de falta para a área, Luis Fabiano desviou de cabeça e marcou. No entanto, a auxiliar Tatiane amargo marcou impedimento de Lúcio, que também apareceu na área para tentar concluir.

Santos mata o jogo
A esperança do São Paulo em buscar a igualdade rapidamente no segundo tempo durou pouco. No primeiro ataque, o Santos ampliou a vantagem. Neymar, de novo, foi decisivo. Ele recebeu passe pela esquerda na área e acabou derrubado por Paulo Miranda. O craque ameaçou, esperou Denis cair para a direita e apenas rolou a bola na esquerda.

Ney Franco imediatamente mudou o Tricolor. Paulo Miranda deu lugar a Douglas, e Cañete ficou com a vaga de Wellington. A entrada do argentino deu mais força ofensiva ao clube da capital, principalmente pelo lado direito. Rafael impediu que ele marcasse fazendo duas grandes defesas em chutes fortes de dentro da área. Aos 19, porém, a cota de milagres acabou. Jadson acertou linda cobrança de falta no ângulo direito e diminuiu.

Toda a euforia criada pelos tricolores acabou logo em seguida, aos 24. O Santos chegou ao terceiro gol e praticamente garantiu a vitória. Montillo cobrou escanteio, Neymar ajeitou e cruzou novamente. Miralles apareceu por trás da zaga e desviou de cabeça para tirar o Peixe do sufoco.

O São Paulo sentiu o golpe e não conseguiu manter o poder ofensivo que mostrou no início da etapa final. O Peixe passou a tocar a bola, buscar os contra-ataques e, aos poucos, acender a torcida.



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