Paraíba

Newton adverte classe Política para incorporar Coremas à Transposição

PARA EVITAR O CAOS


16/03/2014



O engenheiro agrônomo, Newton Marinho, estudioso em projetos hídricos no Estado e outras matérias envolvendo efeitos da estiagem continuada no Semi-árido, advertiu a classe política paraibana para que lutem visando incorporar recursos com objetivo de concretizar o projeto em execução pela Secretaria estadual de Recursos Hídricos incorporando o complexo Coremas / Mãe D´agua ao projeto da Transposição, via PAC
Eis, na integra, a exposição com dados do experiente especialista no assunto:

“Súmula sobre a distribuição geográfica das águas da transposição no sertão da Paraíba.

O projeto da transposição, na sua fundamentação básica, foi concebido em primeiríssimo lugar para “garantir a segurança hídrica às populações e aos animais, assegurando ainda à região, uma oferta de água capaz de promover o seu progresso, através da indústria e outras atividades, independente dos efeitos negativos das estiagens”.

A irrigação ficaria condicionada aos estoques de água disponíveis nos reservatórios existentes na região, viabilizando a estes a possibilidade de recarga e caso de grandes estiagens, aproveitando a época de maior oferta no Rio São Francisco. Para isso os canais e demais equipamentos atualmente em execução, foram planejados dentro dessa possibilidade.

Comentário sobre a transposição no sertão da Paraíba:

As águas da transposição (eixo norte),chegarão ao semi-árido da Paraíba pela região do Sertão de Cajazeiras, em seguida seguirão pela região de Sousa rumo ao Rio Grande do Norte via Rio Piranhas, unindo-se ao Rio Piancó no município de Pombal, abaixo do seu perímetro urbano, banhando as sedes dos municípios de Paulista e São Bento, e, tangenciado toda a micro-região de Catolé do Rocha. Dessa forma, conclui-se que a região ao norte do sertão, terá vários pontos estratégicos para um efetivo atendimento hídrico, beneficiando mais de 8.500 km² das micro-regiões acima.

Por outro lado, a parte sul do sertão que compreende as regiões do Vale do Piancó, Vale do Espinharas, Vale do Sabugy e a parte urbana do município de Pombal, ficaram fora do projeto da transposição, ou seja: continuarão na dependência das inconstantes precipitações pluviométricas para o abastecimento humano e apoio ao progresso. A área das micro-regiões desassistidas é de aproximadamente 16.000km², compreendendo 39 municípios, portanto duas vezes mais extensa que a parte norte do sertão.

A população total chega a 380.000 habitantes,com destaque para as cidades de Conceição com 19.000 habitantes, Itaporanga com 24.000, Piancó com 16.000, Santa Luzia com 15.000, Pombal com 33.000 e Patos com 102.000 habitantes. Reafirmando o que já foi anteriormente dito, a oferta hídrica a esse contingente humano,fica condicionada as inconstâncias climáticas, na única dependência do complexo Coremas/Mãe D’água que além de não ir receber as águas do São Francisco, tem a obrigação legal de liberar uma vazão constante de 4m³/seg para o Rio Grande do Norte através do Rio Piranhas.

Com a não inclusão do complexo Coremas/Mãe D’água como receptor das águas da transposição, toda essa imensa região ficará fora dos objetivos básicos do programa acima descritos como (foi concebido em primeiríssimo lugar para garantir a segurança hídrica às populações e aos animais, assegurando ainda à região, uma oferta de água capaz de promover o seu progresso, através da indústria e outras atividades, independente dos efeitos negativos das estiagens).

Para superação desse inconveniente, a solução seria a defesa por parte da classe política do estado de uma entrada de água (tecnicamente viável) proveniente do eixo norte do projeto, à altura do município de Conceição, integrando o 4º maior reservatório do nordeste com seus 1,4 bilhão de m³ ao projeto da transposição.

Sua exclusão foi um erro gravíssimo de planejamento e um descuido inexplicável da classe política local.

Como ações objetivas visando a correção desse equívoco, já houve uma aprovação da nova entrada de água por parte do comitê gestor da obra, que é formado pelos quatro estados componentes e mais os ministérios afins como o da Integração, Meio Ambiente e outros.

O estado da Paraíba através da Secretaria de Recursos Hidricos contratou o projeto que já se encontra em fase final, segundo informações do próprio secretario Dr. João Azevedo.

Entretanto os representantes políticos locais não vêm dando a devida importância ao problema. Levando-se em consideração por hipótese, que se não existissem outras cidades a serem beneficiadas pelo projeto, pela importância para o desenvolvimento do estado, bastaria apenas a cidade de Patos com seus 102.000 habitantes para justificar a ação.

Recomendações:

1- Pedir urgência ao estado na finalização e aprovação do projeto, para se ter uma idéia dos custos da obra;

2- Formalizar o pedido oficial de inclusão da obra no PAC;

3- Garantir os recursos orçamentários e,

4- Iniciar os tramites burocráticos, visando a licitação.

newton.coelho@bol.com.br 83 88641138
 



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