Internacional

Multidão acompanha funeral de militares mortos durante ataque de drones dos EUA em Bagdá

O corpo de Soleimani, morto no ataque, deve seguir ainda neste sábado (4) para o Irã, onde será enterrado.


04/01/2020

Brasil 247



Numa demonstração da comoção nacional provocada pelo assassinato de miliares iraquianos e iranianos pelo governo dos Estados Unidos, multidões foram às ruas de Bagdá participar do funeral.

 

O corpo de Soleimani deve seguir ainda neste sábado (4) para o Irã, onde será enterrado.

 

O cortejo saiu da área de Bagdá chamada Zona Verde, onde estão localizados os prédios do governo iraquiano, e seguiu pela cidade. Manifestantes acompanham o cortejo carregando bandeiras e faixas com as fotos dos generais mortos gritando “Morte à América” (EUA).

 

Os caixões de Al-Muhandis e outras vítimas, incluindo vários integrantes do FMP, milícia iraquiana majoritariamente xiita, foram envoltos na bandeira do país, enquanto o de Soleimani recebeu a bandeira do Irã.

 

O primeiro ministro do Iraque, Adel Abdel Mahdi, participou do cortejo acompanhado de outras autoridades, entre elas, o líder da organização xiita Badr, Hadi al Ameri, o ex-primeiro-ministro Nuri al Maliki, entre outras figuras políticas proeminentes e representantes do governo, bem como o chefe da Autoridade Popular Multilateral, Faleh al Fayad, informa o UOL.

 

Foi o próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quem deu a rdem para assassinar os militares. Um crime que o próprio governo estadunidense confessou oficialmente, alegando estar prevenindo-se de um eventual ataque que seria supostamente comandado pelo general Qassem Soleimani, líder da força Al-Quds dos Guardiões da Revolução, encarregada das operações no exterior.

 

Soleimani é considerado um herói no Irã e exercia um papel-chave nas negociações políticas para formar um governo no Iraque.

 

Novo ataque

Pouco antes do início do cortejo com os corpos dos dois generais, um novo ataque aconteceu no norte de Bagdá contra um comboio da Hashd Al Shaabi, uma coalizão paramilitar pró-iraniana que faz parte das forças de segurança do Iraque, segundo uma fonte policial.

 

Os EUA não assumiram a autoria do ataque até o momento.

 

Mais tropas dos EUA

Os Estados Unidos enviaram um contingente extra de 3.000  militares americanos ao Oriente Médio depois do ataque que matou Soleimani, ao que Irã prometeu uma “séria vingança”.

 

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, visitou a família do general Qasem Soleimani, morto no ataque dos EUA. Em um comunicado divulgado na sexta-feira, ele afirmou que o país vai se vingar pelo assassinato.

 

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohamad Yavad Zarif, afirmou que o assassinato do general Qasem Soleimani pelos Estados Unidos levará as tropas americanas a saírem do Oriente Médio.

 

Zarif disse em entrevista à televisão estatal que os EUA cometeram um erro de cálculo com o ataque a Bagdá que matou Soleimani e o vice-presidente das Forças de Mobilização Popular (FMP), milícia iraquiana majoritariamente xiita, Abu Mahdi al-Muhandis.

 

“A República Islâmica do Irã dará uma resposta adequada à medida americana no devido tempo”, enfatizou o chefe da diplomacia iraniana.



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