Internacional

Mulher é condenada a prisão por tentar ver jogo de vôlei no Irã

Irã


04/11/2014

Uma britânica de origem iraniana foi condenada a um ano de prisão por tentar assistir a um jogo de vôlei. O aniversário da jovem Ghoncheh Ghavami, no ano passado, foi entre amigos. O deste ano será na cadeia. O crime: "propaganda contra o estado", porque ela queria assistir a uma partida de vôlei.
Depois da Revolução Islâmica, em 1979, mulheres não podem entrar em estádios de futebol no Irã. Há dois anos, a proibição foi estendida para o vôlei.

Ghoncheh, de 25 anos, é formada em Direito, mora em Londres e tem dupla cidadania, britânica e iraniana. Ela viajou a Teerã para visitar a família e fazer trabalho voluntário com crianças de rua. Há cinco meses, Ghoncheh e outras mulheres tentaram assistir ao jogo entre Irã e Itália, mas foram impedidas.
Elas protestaram em frente ao ginásio e a manifestação foi reprimida pela polícia. Ghoncheh foi a única a permanecer na cadeia e já fez uma greve de fome depois de ser levada para a solitária.
"Ela e a família já foram punidas demais", declarou o irmão.

A campanha para libertá-la já reuniu 700 mil assinaturas em uma petição na internet. Recebeu apoio de organizações como a Anistia Internacional e da Federação Internacional de Vôlei, presidida pelo brasileiro Ary Graça.
Em julho, em uma partida da Liga Mundial, entre Brasil e Irã, um grupo de iranianas levou um cartaz para os jogadores: "nós mulheres apoiamos vocês." Elas só puderam fazer isso porque o jogo foi na Itália.

A jovem foi acusada de fazer propaganda contra o regime, um argumento muito utilizado pela justiça iraniana para determinar prisões.


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