Foi anunciada na manhã desta terça-feira (6) a morte do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba -TCE-PB e do ex-deputado estadual Arthur Cunha Lima. O anúncio do falecimento do ex-membro da Corte de Contas foi feito pelo presidente do tribunal, conselheiro Fábio Nogueira.

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“Nosso conselheiro Arthur Cunha Lima, meu amigo particular, que eu estou há cinco anos sem poder vê-lo, pois contra ele ainda vige uma medida cautelar dele não poder ter contato com qualquer pessoa aqui do Tribunal de Contas, fruto de uma investigação que se perpetua pelo Brasil de forma pirotécnica, leviana e midiática. Arthur está há cinco anos afastado num inquérito policial cuja denúncia nunca foi recebida e faleceu sem que a gente pudesse nesses últimos cinco anos ter contato com ele. Arthur que trouxe luzes para essa casa e hoje vai levar o seu brilho para o além”, afirmou o conselheiro André Carlo Torres Pontes ao lamentar a morte do ex-companheiro.

Ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Arthur Cunha Lima tinha 75 anos. Ele estava internado no Hospital da Unimed e enfrentava complicações de saúde desde 2017, quando foi diagnosticado com um tumor cerebral.

Histórico

Arthur Paredes Cunha Lima nasceu em Campina Grande em 19 de dezembro de 1949. Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, iniciou sua atuação pública ainda jovem, como vice-presidente do Centro Estudantil de Campina Grande. Ao longo da carreira, acumulou passagens por diversos cargos no Governo do Estado e na administração pública de João Pessoa.

Foi eleito deputado estadual por três mandatos consecutivos (1998, 2002 e 2006), presidindo a Assembleia Legislativa entre 2007 e 2011. Em fevereiro de 2009, chegou a assumir interinamente o cargo de governador da Paraíba, após a cassação do então governador Cássio Cunha Lima, até a posse de José Maranhão.

Em 2010, renunciou ao mandato parlamentar para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), órgão que presidiu entre 2015 e 2017. Sua atuação no TCE, no entanto, foi interrompida por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que o afastou em 2019 no âmbito da Operação Calvário — investigação que apurava um suposto esquema de corrupção e desvio de recursos públicos nas áreas de saúde e educação do Estado. Arthur era suspeito de receber propinas para favorecer organizações sociais com pareceres favoráveis no tribunal de contas.

Em meio às investigações, chegou a solicitar aposentadoria do cargo de conselheiro, mas o pedido foi inicialmente negado pelo STJ, sob suspeita de tentativa de obstrução das apurações. Só posteriormente, já com seu estado de saúde agravado, foi autorizado a se afastar em definitivo.