Paraíba

Moradores alertam para ocupação desordenada na mata que protege a barreira do Cabo Branco, em João Pessoa


05/02/2025

Portal WSCOM



 Três moradores do Portal do Sol — Emerson Rogério Vivian Santos, Sidney Rodrigues Sousa e Paulo Tasso Teixeira Mendes — têm observado com preocupação a ocupação desordenada da Mata Atlântica que margeia a barreira do Cabo Branco. Frequentadores assíduos da área, eles chamam a atenção das autoridades e da população para os impactos negativos causados pela retirada da cerca de proteção, o que tem gerado sérios problemas ambientais e de segurança.

Eles relatam a situação e cobram medidas urgentes do poder público.

“Somos três amigos que moramos no Portal do Sol, bairro desta linda capital, João Pessoa. Há três anos, costumamos, três vezes por semana, fazer nossa caminhada matinal de 9 quilômetros, percorrendo o alto do Planalto Cabo Branco, margeando a antiga cerca de arame farpado, que protegia a vegetação e a encosta. Às vezes seguimos para o norte, outras para o sul, descemos até a praia e retornamos”, relatam.

E acrescentam:

“Temos o privilégio, ao mesmo tempo que o desprazer, de acompanhar, ao longo dos últimos três anos, o desmatamento gradual da Mata Atlântica desprotegida, que não apenas sustenta a encosta, mas também embeleza nossa cidade, tão verde.”

Os moradores destacam ainda que, ao longo da pista de bicicletas e do espaço para pedestres, a cerca, que antes delimitava a área de proteção, já não cumpre mais sua função. “O arame farpado já não impede a invasão da vegetação nativa, que está cada vez mais vulnerável.”

Acúmulo de lixo e risco à segurança

Outro problema apontado por eles é a crescente quantidade de lixo espalhado pela área.

“O que se vê a olho nu são clareiras tomadas por sujeira: plásticos, roupas, trapos e até colchões velhos, usados por pessoas em situação de vulnerabilidade que ocupam o local para diversas finalidades, inclusive necessidades fisiológicas. A degradação é evidente”, denunciam.

Além disso, os moradores alertam para o risco representado pelas trilhas abertas na encosta, que podem levar a acidentes graves. “São verdadeiros caminhos improvisados, que conduzem até a beira do penhasco com vista para o mar, as praias e os prédios lá embaixo. Para turistas desavisados e até para cidadãos curiosos, é um convite ao perigo, além de um impacto negativo para o meio ambiente.”

Chuvas podem agravar a situação

Eles reforçam a necessidade de medidas urgentes para evitar que o problema se agrave com a chegada do período chuvoso.

“As chuvas virão e, nesse momento, a vegetação crescerá e encobrirá partes dessas clareiras, mas, se nada for feito, a degradação continuará avançando. É fundamental restaurar a cerca e instalar avisos de proibição para evitar novas ocupações irregulares”, alertam.

Por fim, os três amigos explicam a motivação para trazer o assunto a público:

“O que nos levou a expor essa situação foi o amor e o carinho que temos por esta cidade privilegiada. João Pessoa já habita nossos corações há anos, e queremos preservá-la.”



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