Saúde

Ministério da Saúde promove educação sexual na Olimíada por meio de app gay

EDUCAÇÃO SEXUAL


29/07/2016

O Ministério da Saúde em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) lançaram nesta sexta-feira (29) a campanha "Close Certo", que tem como objetivo dar orientações sobre prevenção ao HIV, aids e outras infecções sexualmente transmissíveis, no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A ação acontece por meio do aplicativo Hornet – rede social de encontro gay que conta com mais de 1 milhão de usuários no Brasil. A intenção é atingir pelo menos de 5 a 7 mil usuários.

No período de 1º de agosto a 18 de setembro, colaboradores capacitados pelo Ministério da Saúde irão passar aos usuários do aplicativo, com linguagem específica do público, informações sobre prevenção, diagnóstico, acesso a PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV) e tratamento de HIV/aids. O projeto piloto integra as ações da política brasileira de resposta às DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, que tem intensificado atividades voltadas aos jovens, grande público das novas tecnologias, como os aplicativos e as redes sociais.

O secretario substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Alexandre Santos, ressaltou que a iniciativa é fruto de parceria com custo zero.  “O projeto piloto, além do amplo alcance e de inovar na abordagem dessa população, que é muito vulnerável ao HIV, aids e às infecções sexualmente transmissíveis, não trará nenhum custo à pasta”, ressalta. 

No projeto, 18 jovens promotores de saúde, sendo três tutores e 15 colaboradores, já usuários do Hornet, terão seus perfis sinalizados com a marca do projeto Close Certo e com um laço azul, que indicará aos usuários do aplicativo que eles são voluntários participantes do Close Certo. Quando procurados, os colaboradores, supervisionados pelos tutores e equipe técnica do Ministério da Saúde, irão tirar dúvidas e compartilhar informações em relação à prevenção e ao tratamento do HIV, aids e outras infecções sexualmente transmissíveis.

Em 2004, a taxa de detecção entre jovens de 15 a 24 anos foi de 9,5 casos por 100 mil habitantes, com 3.419 casos notificados. Em 2014, foram 4.669 casos notificados, o que representa uma taxa de detecção de 13,4 casos por 100 mil habitantes. Isso representa um crescimento de 41% em onze anos. Na população geral, a taxa de detecção em 2014 é de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes.

Para o enfrentamento da epidemia nessa população, o Ministério da Saúde tem desenvolvido uma série de projetos, como o “Viva Melhor Sabendo”, realizado em âmbito nacional em colaboração com mais de 50 ONGs, com testagem realizada por pares em horários e locais adequados às especificidades das diferentes populações-chave, gays e transexuais. Até agora, mais de 72 mil participantes foram testados pelo projeto.

Outra ação importante foi a publicação, em 2015, do Novo Protocolo Clínico de Diretrizes (PCDT) de PEP (Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV) que simplificou a prescrição e aumentou o acesso do público a essa estratégia de prevenção. A PEP é um procedimento de prevenção para as pessoas que tiveram exposição ao vírus do HIV. Os medicamentos devem ser usados em, até 72 horas, após a exposição ao vírus. O ideal é o uso nas primeiras duas horas.



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