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MinC aprova projeto para exposição sobre Renato Russo

JULHO A SETEMBRO


10/10/2016



Um projeto de exposição sobre Renato Russo no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) foi aprovado pelo Ministério da Cultura (MinC) para captar até R$ 3 milhões pela Lei Rouanet. A comissão de análise, que se reuniu de 4 a 6 de outubro em Brasília, reduziu o valor aprovado em relação ao pedido inicial do MIS, que era de R$ 3,8 milhões.

No projeto, o MIS diz que a exposição ocorrerá de julho a setembro de 2017. O museu já tinha divulgado que vai realizar a exposição em 2017, sem dizer o período. Ao G1, o MIS diz que previsão de abertura é mesmo em julho, mas ainda não fechou a data exata. O ingresso para a exposição é de R$ 12, com entrada gratuita às terças-feiras, conforme descrição ao MinC.

Os maiores cortes no valor aprovado foram nas verbas para material cenográfico (pedido de R$ 700 mil; R$ 350 mil aprovados) e montagem e desmontagem (pedido de R$ 400 mil; R$ 200 mil aprovados). A comissão diz que os itens foram "reajustados a valores de mercado e ao porte do projeto".

R$ 100 mil de direitos autorais

Na planilha enviada pela equipe do museu ao MinC, o item aprovado "Direitos autorais" pede R$ 100 mil com a seguinte justificativa: "Valor referente ao pagamento de direitos autoriais da exposição aos detentores do acervo pessoal de Renato Russo (herdeiros)". Clique para ler o pedido (o orçamento é exibido ao clicar no link em azul no valor aprovado de 3.057.925,00).

O filho de Renato, Giuliano Manfredini, é o único herdeiro do cantor. Porém, Giuliano informou ao G1, através de um representante, que nunca pediu para ser pago pela exposição, que não vai ganhar qualquer valor pela realização do evento, e que nunca encaminhou seus projetos para captar em qualquer lei de incentivo fiscal.

O MIS, responsável pelo projeto, também disse ao G1 que Giuliano não receberá nenhum recurso vindo deste projeto aprovado. "A redação da parte referente aos direitos autorais não foi a mais apropriada ao mencionar o termo 'herdeiros', pois esse recurso será usado para eventuais itens que passem a integrar a exposição e não pertençam a ele", informou o MIS.

"O Giuliano é parceiro do MIS neste projeto desde o início, e a cessão dos itens que integrarão a exposição foi feito a título gratuito, já que o Centro de Memória e Informação do MIS (CEMIS) está desenvolvendo o trabalho de catalogação, higienização e restauração", completou a assessoria de imprensa do MIS.
Neste item da planilha relativo aos R$ 100 mil de direito autoral, o MinC escreveu: "Informamos ao proponente que para a prestação de contas, deverão constar os recibos de pagamento de Direitos Autorais no valor sugerido para aprovação em conformidade com a norma legal."

Diários, móveis e até roupas
O texto enviado ao MinC lista "manuscritos de letras de músicas, poemas e contos; diários pessoais, fotografias, documentos pessoais, desenhos, pinturas, prêmios, roupas, mobiliário, instrumentos musicais e outros".

O museu tinha divulgado que a exposição terá objetos guardados no antigo apartamento de Renato Russo no Rio, inclusive 50 diários nunca exibidos ao público e uma coleção completa de seu acervo de discos e livros. Objetos do acervo estão ao menos desde 2015 no Centro de Memória e Informação do MIS para serem tratados e catalogados (veja vídeo).

Lei Rouanet
O MIS já teve outros projetos aprovados na lei. Um deles foi a exposição dedicada ao cineasta Tim Burton, que teve valor com aval para captação via Lei Rouanet de R$ 3,7 milhões.

A aprovação do Ministério não significa que o projeto será patrocinado. É apenas o aval para que o artista busque o incentivo junto a empresas, que têm em troca abatimento de impostos correspondente ao valor investido no projeto. O prazo é de um ano para captação e pode ser renovado por seis meses. A comissão de avaliação de projetos reúne representantes de artistas, empresários e sociedade civil.



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