Economia & Negócios

Mercado eleva previsão para juro básico e reduz projeção de alta do PIB, diz BC


01/07/2013



Membros do mercado elevaram suas projeções para a taxa básica do juro –a Selic– em 2013 e 2014 para 9,25% ao ano, contra 9% há uma semana, mostrou o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (1º). Ao mesmo tempo, a mediana das estimativas do mercado para a expansão da economia voltou a cair.

A previsão de alta do PIB (Produto Interno Bruto) para 2013 passou para 2,40%, contra 2,46% há uma semana. Trata-se da sétima queda consecutiva da projeção.

As estimativas para 2014 também foram revisadas para 3%, contra 3,10% anteriormente.

Já as expectativas para o IPCA, índice oficial da inflação, este ano mostraram ligeira alta, para 5,87% contra 5,86%. Para 2014, a estimativa foi de 5,88%, contra 5,80% na pesquisa anterior.

O boletim reúne previsões de cerca de cem instituições financeiras do país.

EXPANSÃO DA ECONOMIA

O novo rebaixamento das projeções de economistas para o crescimento da economia ocorre após o BC ter divulgado seu relatório trimestral da inflação na semana passada, em que reduziu sua estimativa para o aumento do PIB.

A expectativa oficial do BC agora é que a economia brasileira crescerá apenas 2,7% em 2013, ante previsão de 3,1% há três meses. A piora do resultado se deve ao desempenho mais fraco da indústria e do setor de serviços. Também foram reduzidas as projeções para o aumento do consumo das famílias e do governo.

Em um discurso contrário às expectativas do BC, no entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na semana passada que é viável trabalhar com uma meta de crescimento do PIB de 3% para este ano.

As projeções mais pessimistas do Focus para o PIB foram acompanhadas por uma maior expectativa de alta do juro básico, cujo ritmo foi intensificado pelo BC na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) com o objetivo de conter a pressão inflacionária.

No boletim desta semana, o mercado elevou suas expectativas para a Selic ao fim de 2013 e manteve a projeção de que o Copom elevará a taxa em sua próxima reunião, que ocorre neste mês, dos atuais 8% ao ano para 8,50%.

A inflação elevada tem pressionado o BC a aumentar a taxa de juros, instrumento usado para conter a alta dos preços por encarecer o crédito, o que se reflete em uma desaceleração do consumo. Com uma menor demanda, os preços tendem a ceder. Um juro maior, porém, por desestimular o consumo, também pode impactar negativamente o crescimento econômico do país.

No relatório de inflação da semana passada, o BC também revisou suas projeções para a inflação, em geral para cima.

As novas projeções do BC indicam que será difícil cumprir a promessa que o presidente da instituição, Alexandre Tombini, fez em entrevista à Folha: entregar a inflação em 2013 abaixo da de 2012 (5,84%) e a de 2014 abaixo de 5%.

CÂMBIO

O Focus mostrou ainda que o mercado elevou suas projeções para a alta do dólar neste ano. A previsão para 2013 passou para R$ 2,15, contra R$ 2,13 há uma semana. A estimativa para 2014 permaneceu inalterada em R$ 2,20.

A moeda americana tem mostrado tendência de alta recentemente, diante da possibilidade de uma elevação dos juros nos EUA, o que deixaria o rendimento dos títulos do Tesouro americano mais atraentes aos investidores do que as arriscadas aplicações em mercados emergentes como o Brasil.



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