Saúde

Medicamentos genéricos são preferência de 68% dos brasileiros

Medicação


25/02/2013

 Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha em 12 capitais brasileiras aponta que mais da metade das pessoas tem o costume de comprar medicamentos genéricos em detrimentos dos remédios de marca. A pesquisa quantitativa foi feita a pedido do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) e os resultados foram divulgados esse fim de semana pelo Datafolha.

Os estudiosos fizeram um questionário para 1.611 pessoas em pontos de fluxo de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Campo Grande, Goiânia, Belém e Manaus. A partir desses dados, foi concluído que 68% dos entrevistados compram remédios genéricos, enquanto outros 25% declararam adquirir remédios de marca. Os demais indivíduos disseram usar outros tipos de drogas: similares, biológicas, manipuladas, homeopáticas e fitoterápicas. Os índices de cada um desses produtos, porém, não ultrapassaram os 2%. O levantamento revelou também que 94% da população adulta entrevistada têm o hábito de fazer compras regularmente em farmácias e drogarias.

Entre o público que costuma frequentar as farmácias do país, segundo o Datafolha, 55% são mulheres, 65% têm entre 26 e 59 anos, 43% têm ensino médio, 23% concluíram o curso superior, 48% pertencem à classe C e 70% exercem alguma atividade remunerada.

Tire sete dúvidas sobre medicamentos genéricos

Os medicamentos genéricos são vendidos no Brasil há mais de 11 anos. Entretanto, existem pessoas que ainda torcem o nariz quando olham um medicamento genérico na receita médica. "Muitos pacientes, e até alguns médicos, fazem uma associação errônea do preço do remédio com a sua qualidade, mas a maioria dos genéricos é realmente eficaz e pode ser tomada sem nenhum problema", explica o cardiologista Bruno Valdigem, do Hospital Dante Pazzanese. Tire dúvidas sobre os medicamentos genéricos e acabe com a desconfiança relacionada aos resultados do tratamento.

O que são remédios genéricos?

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os medicamentos genéricos são produtos com o mesmo princípio ativo que medicamentos de marca. O principio ativo é a substância responsável pelo efeito terapêutico no paciente, ou seja, é por causa dele que o remédio faz efeito. "Por isso, ao prescrever uma receita, sempre coloco junto ao nome do remédio o seu principio ativo, caso os meus pacientes se sintam confortáveis em usar medicamentos genéricos", conta Bruno Valdigem.

Por que remédios genéricos são mais baratos?

Segundo Odnir Finotti, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, o preço de um medicamento genérico é menor porque nele não estão embutidos gastos com propagandas, nem custos de pesquisa para o desenvolvimento do principio ativo. Por isso, a associação do preço com a qualidade do remédio não é correta.

O medicamento genérico tem o mesmo efeito do medicamento de marca?

Sim. Por possuir o mesmo princípio ativo, o genérico tem efeitos iguais a de um remédio de marca. Prova disso é que esses efeitos devem ser aprovados pela Anvisa antes de os medicamentos serem comercializados. Segundo o cardiologista, mesmo no caso de doenças crônicas, em que o paciente deve tomar o remédio constantemente, os genéricos não causam problemas e são eficientes.

Eles passam pelo mesmo processo de inspeção que os demais medicamentos?

Assim como todos os remédios, os medicamentos genéricos passam por uma bateria de testes feitos pela Anvisa para comprovar os efeitos nos pacienteis. Esses experimentos são feitos sempre da mesma maneira, não importando se o remédio é genérico ou de marca. "Na verdade, a autorização para um remédio genérico começar a funcionar é até mais rígida na maioria das vezes, devido à preocupação com a qualidade desse tipo de medicação", diz o cardiologista Bruno Valdigem.

Os genéricos ainda passam por um teste de bioequivalência, que consiste na demonstração comprovada de que o medicamento genérico e o seu respectivo medicamento de referência apresentam o mesmo efeito terapêutico, sem qualquer outro efeito colateral.


Medicamento genérico é o mesmo que remédio similar?

Não. Assim como os genéricos, o princípio ativo, a concentração e a indicação dos medicamentos similares são os mesmos dos remédios de marca. Mas eles não passam por testes de bioequivalência, e, por isso, não podem ser comparados com os remédios de referência.

É preciso receita para comprar um medicamento genérico?

O rigor para a venda de remédios genéricos é o mesmo do que os medicamentos de referência. "Se a venda de um remédio de marca é liberada sem receita, o genérico com o mesmo princípio ativo poderá ser comprado sem problema, e o mesmo serve para aqueles remédios que só são vendidos com receita", explica o cardiologista.

Além disso, é preciso que o médico indique a versão genérica. Muitas vezes, o próprio funcionário da farmácia faz essa sugestão, mas, segundo Odnir Finotti, mesmo que o princípio a ativo seja o mesmo, é indicado consumir genéricos apenas quando o médico dá essa alternativa.


Há perigos de automedicação usando genéricos?

Assim como no caso dos remédios de marca, a automedicação com genéricos é muito perigosa. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem no país todo o ano vítimas da automedicação, tanto de genéricos quanto remédios de marcas.

Os sintomas mais comuns que levam à automedicação são dor de cabeça, dor muscular, cólicas, febre, inflamações, acne, congestão nasal, gripes e viroses. Os medicamentos mais comprados sem prescrição são analgésicos, anti-inflamatórios, descongestionantes nasais e antialérgicos.



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