Educação

Matrículas de crianças em creches crescem 7,5% em um ano, diz MEC

7,5%


01/03/2014

 O número de crianças matriculadas em creches no Brasil cresceu 7,5% entre 2012 e 2013, segundo dados do Censo da Educação Básica divulgados pelo ministro da Educação, José Henrique Paim, na tarde desta terça-feira (25). O salto foi de 2.540.791 para 2.730.119 matrículas. No caso das crianças a partir de quatro anos, matriculadas na pré-escola, o crescimento foi de 2,22%, de 4.754.721 para 4.860.481. No total, 7.590.600 matrículas foram registradas na educação infantil em 2013.

O crescimento das matrículas nas creches entre 2012 e 2013 foi menor do que no período anterior, quando elas cresceram 10,5%. O ministro afirmou, porém, que considera o crescimento consistente. "Como teve crescimento expressivo de 2011 pra 2012, estou crescendo numa base maior. O ritmo de crescimento ainda é bastante acelerado", disse.

"O esforço não só do Ministério da Educação, a partir do financiamento que vem sendo dado em infraestrutura e no financiamento de creches conveniadas a partir do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica] e do próprio Brasil Carinhoso, que estimula a criação de matrículas. Mas é um esforço dos estados e alguns municípios", afirmou Paim, em entrevista coletiva em Brasília.

O número de alunos estudando em tempo integral no país passou pela primeira vez da marca dos três milhões, segundo o Censo. O número de matrículas nesta modalidade foi de 3.171.638, 45,2% maior que em 2012, quando foram registradas 2.184.079 matrículas. "Sabemos o quanto é importante [a educação integral] para a melhoria da qualidade e sabemos que todos os países desenvolvidos trabalham com educação integral. Nosso sistema foi preparado para atender a educação parcial", explicou ele.

Segundo Paim, o esforço atual do governo federal é adequar a estrutura existente nas redes de ensino "com algum aporte de recurso para adequar a rede e contratar professores". Ele também destacou o fato de o número de alunos estudando em tempo integral corresponder a 12% do total de matriculados no ensino fundamental, cerca de metade da meta do Plano Nacional de Educação para a década.

Melhor fluxo no fundamental

O número total de matrículas na educação básica em 2013 foi 50.042.448, cerca de 1% menor que no ano anterior. O número de matrículas nos anos iniciais do ensino fundamental, de 15.764.926, caiu 12,8% entre 2007 e 2013, com uma redução de cerca de dois milhões de alunos. Já os anos finais do fundamental tiveram 13.304.355, o que equivale a uma redução de cerca de um milhão de matrículas, ou 2,9%, no mesmo período.

Segundo Francisco Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inpe), isso é um sinal de que o sistema está estável e dentro das expectativas do governo, considerando a questão do fluxo de alunos e as taxas de natalidade do Brasil.

"Aqui há estabilidade, não há nenhuma novidade. Numa coorte [conjunto de pessoas considerado em cálculos estatísticos] de em torno de três milhões [de nascimentos por ano no Brasil] eu esperaria ter mais que 15 milhões [de matrículas] nos anos iniciais [do fundamental]. Então esse número que está ali é o que vai permanecer, não vamos ter muita mudança", afirmou o presidente do Inep.

No ensino médio, Soares afirmou que a principal melhoria foi detectada em termos da inclusão de novos alunos. Em 2013, 8.312.815 matrículas foram registradas neste nível de ensino. "Em 1995, eram só 5,3 milhões. Eu tinha um número pequeno, nós incluímos muita gente. O fluxo está melhorando, portanto esses números vão mudar com a história."



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