Geral

Marta Suplicy: a noiva do ano!


29/09/2003



Que bafafá que foi o casamento do ano, o de Marta Suplicy e Luis Favre! Aliás o cochicho começou desde a separação de uma casamento longo com o Senador Eduardo Suplicy. Depois com o namoro, a paixão explícita, e a aparente inadequação de uma prefeita de São Paulo viver coisas, ditas de mocinhas, e do mundão normal cotidiano. Agora resolver casar, com pompas, festas, bolo, casal de noivinhos, flores e chuva de arroz, aí é demais, segundo as críticas que permearam toda a imprensa, a voz do povo e principalmente as dos taxistas de São Paulo. Mas como pode uma mulher, pra lá dos 50 muitos, `perua´, prefeita, separada, pessoa pública, se dar à esse desfrute romântico, antiquado?! e ostensivo?

Passei a semana pensando sobre o que é que incomodava tanto às pessoas nesse casamento? Ouvi muito a resposta de que era marketing eleitoral; Duda Mendonça na jogada, que ela não dá ponto sem nó e outras respostas nessa linha de raciocínio. E eu sempre me perguntando: Mas será que essa mulher, feminista, liberada, vivida, dona do nariz, que tem as rédeas da sua vida, não pode simplesmente querer casar por paixão? Ficar ainda mais linda com vestido de Nina Ricci, rodopiar `only you´, celebrar com os amigos a felicidade do amor, e também se exibir na Caras? Qual o problema mortal de tudo isso?

Primeiro, li na Folha de São Paulo de 18-09 um artigo de Fernando de Barros e Silva `Vestido de Noiva´, onde senti nas entrelinhas da sua defesa do casamento enquanto marketing, um tom agressivo e irônico ao casal de pombinhos: `A vida deu voltas e o PT se tornou o partido da ordem que condenava. Estará bem representado pela presepada cafona da elite e seu vestido de noiva.´

Mas quem respondeu todas as minhas perguntas num artigo maravilhoso também da Folha de 25-09 foi Contardo Calligaris em `Marta Suplicy e Luis Favre: por que tanta zombaria?´ pontuando razões diversas a respeito da `zombaria´. A primeira seria a questão que se resume na pergunta dos paulistanos : `Marta vai governar ou namorar?´; depois a síndrome do abandono, se levarmos em consideração que paixão combina com egoísmo e consequentemente não cuidamos dos outros, ou dos habitantes da cidade – `se eles pensam em seus amores, como é que vão se ocupar direito da gente?´. Depois tem `a idéia de que governar e namorar sejam alternativas excludentes …Quer governar?tudo bem, mas esqueça amores e paixões, deixe para depois, sacrifique-se.´ Como que se `o governante que não pretende desprezar seus sentimentos está querendo demais.´. Marta por sua vez esclarece `que uma prefeita feliz governa melhor.´

Mas `muitos teriam preferido ouvir que governar custa caro e implica a renúncia aos prazeres do amor.´ Continuando, Calligaris explica o velho jargão que o noivo só gostou da noiva pelo cargo que ela ocupa…ou sobre sua posição de ‘príncipe consorte’, e ele explica: `…imaginamos que deveríamos ser amados por alguma essência de nosso ser. E amar ‘de verdade’seria gostar do outro, mesmo que ele não tivesse a profissão, o lugar social e a história que o tornaram quem ele é….Não somos essências , mas pacotes complexos.´ E por fim ainda discorre sobre o `preconceito trivial sobre sexo depois dos 50´ e também da `idéia de que a prefeita não seria amável como mulher ….segundo o qual a feminilidade não condiz com a autoridade de quem governa.´ Encerra o artigo perguntando `…é possível que uma mulher seja prefeita sem deixar de ser feminina?´ Perguntas pertinentes! Fica a Revista Caras da semana para maiores investigações… Pessoalmente, desejo aos noivos, um happy end!



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