Educação

Maratona transforma ideias em aplicativos Em 2 dias, jovens fizeram aplicativos

Tecnologia


28/03/2013



 E se em vez de fotos aleatórias, algumas pessoas compartilhassem lousas com as explicações de professores? E se, na falta de tempo para se reunir pessoalmente, colegas de grupo pudessem recorrer a uma ferramenta para dividir as tarefas em um trabalho e garantir que tudo estivesse sendo feito? Ideias assim se tornam aplicativos onlines em dois dias em maratonas de programação chamadas Hackathon. Nesta semana, um deles foi voltado a soluções educacionais na Universidade Estadual Paulista (Unesp).

A intenção é reunir tanto programadores quanto pessoas que têm projetos na área, mas não saberiam como transformá-los em aplicativos. Na prática, todos os envolvidos, mesmo quando não estudam ou trabalham com tecnologia, são conhecedores do básico de desenvolvimento. Depois de uma rápida apresentação de softwares e aplicações possíveis, os participantes sugerem ferramentas que seriam úteis nas escolas e se organizam em grupos para tentar realizar o projeto.

O estudante de Design Idmar Ramos Júnior, de Florianópolis, e o aluno de Ciências da Computação, Bruno Orlandi, de São Carlos, interior de São Paulo, vieram à capital só para o Hackathon que ocorreu no Centro de Computação Científica da Unesp na segunda e terça-feira. Eles fizeram parte da equipe que desenvolveu o PBL Manager, um organizador de tarefas de um trabalho escolar em volta de situação problema.

Mal se apresentaram, começaram a trabalhar juntos e ficaram impressionados com o que produziram no final do segundo dia. “A velocidade de implementação é muito maior com essa troca de experiências”, comentou Júnior. “Eu sou designer e ele desenvolvedor, a linguagem é diferente e cada um sabe até onde dá para ir em sua área. Juntos, fazemos muito mais.”

Responsável pela chamada “lógida” do aplicativo, Bruno estava preocupado em fazer uma ferramenta que ajudasse estudantes tanto a trabalhar em grupos, quanto a aprender. O aplicativo impulsionará mais pessoas a fazer algo parecido ao que estavam fazendo na sala da Unesp, ou seja, organizar e dividir as tarefas e visualizar o que é necessário para atingir um objetivo. “Resolvemos apostar em uma plataforma que incentiva aulas a partir de situação problema, o sucesso do Hackathon é prova de que isso ensina mais do que apenas conteúdos isolados”, diz.

Algumas mesas a frente, na mesma sala, a aluna de Licenciatura Plena em Ciências da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Elaine Fabiola Fonseca, não conseguia parar de sorrir. Apesar de não ser da área de tecnologia, ela era uma das mais entusiasmadas com a agilidade do desenvolvimento de aplicatos. Sua equipe colocou no ar uma ideia dela de rede de compartilhamento de lousas. “Eu mesma já tirei muita foto de lousa para ajudar colegas, mas faltava uma plataforma para organizar isso”, comenta.

Com o aplicativo que fizeram, estudantes de uma mesma turma ou interessados podem montar comunidades de compartilhamento de fotos das lousas que seus professores preencheram. Há divisão por disciplinas e todos podem colaborar.

Ela teve ajuda da estudante de análise de sistemas da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), Érica Hidemi Mitsuishi. “Eu vim para aprender mais sobre o software e a ferramenta, mas é ótimo coloborar com quem tem ideiais educacionais”.

Esse foi o segundo Hackathon com o tema organizado pela Intel em universidades estaduais. O primeiro ocorreu no final de 2012 na Universidade de Campinas (Unicamp). Dessa vez, não havia estudantes da Unesp. O responsável da Intel, Josmar Silva, estranhou, mas achou positivo a vinda de participantes de longe. "Em Campinas tinhamos mais estudantes da instituição no ambiente, mas o fato de termos gente de outras cidades e Estados interessados é um indicativo de que a tecnologia vai se disseminar rapidamente."

Os aplicativos passarão agora por testes de segurança e devem estar disponíveis em dias para computadores, tablets e celulares.

No próximo mês haverá um Hackathon convocado pelo Ministério da Educação para transformar dados do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) em aplicativos ou ferramentas práticas e atrativas.



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