Política

Maranhão diz que não irá procurar Ricardo para servir de ponte com Temer

NEGOU CONTATO


16/05/2016



O senador José Maranhão (PMDB) deu algumas alfinetadas e declarações curiosas durante a solenidade de filiação dos deputados estaduais Ricardo Marcelo, ex-presidente da Assembleia Legislativa, e Jullys Roberto, na manhã desta segunda-feira (16), em João Pessoa. Em entrevista, Maranhão negou algum tipo de contato com o aliado e governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), na tentativa de tentar formalizar uma boa relação administrativa com o presidente interino, Michel Temer (PMDB). 

“Se ele procurou, não me encontrou. Soube apenas de um recado genérico que ele, como um governador de muita força e de muito prestígio, deu aos seus auxiliares, dizendo que aqueles que tivessem conhecimento de algum parlamentar, que deveria procurá-los. Ora? Quem está no primeiro lugar com essa obrigação de procurar os membros da bancada é ele próprio!”, alfinetou o senador, que complementou: “Principalmente, quando se trata de aliados como Zé Maranhão, que levou o partido, juntamente com as suas lideranças, para votar nele, no segundo turno das últimas eleições, no momento em que ele estava em estado de necessidade, em dificuldade. O PMDB era o fiel da balança e para onde o PMDB fosse, garantiria a eleição”.

Maranhão ainda negou que irá procurar Ricardo Coutinho para tentar uma ponte com Michel Temer. “Eu já respondi ao governador da mesma forma e, inclusive, dei várias entrevistas dizendo que estou a disposição do Governo do Estado para tudo que for de seu interesse. Agora, não vou procurá-lo porque ele não me procurou”.

Aliança rompida com Ricardo?

José Maranhão ainda afirmou que é aliado de Ricardo Coutinho, mas disse que o acordo político entre os dois não abrange o processo eleitoral municipal de outubro próximo. “Eu sou amigo pessoal dele. Temos divergências sim em relação a eleição da Capital e ao processo de eleições. (…)
Mas, pelo fato de termos um candidato próprio a prefeito de João Pessoa não significa que eu quebrei o acordo, porque eu não fiz nenhum acordo com Ricardo Coutinho além de votar com ele, e o PMDB votou lealmente. Tanto assim que ele perdeu a eleição no primeiro turno, e ganhou com uma boa base no segundo turno, e qual foi o fato novo determinante para isso? Exatamente o apoio do PMDB, fomos corretos e leais, mas não podemos ser caudatários”, disse.

Golpe ou processo constitucional?

José Maranhão ainda rebateu a tese defendida pelo governador Ricardo Coutinho de que o processo de impeachment sofrido pela presidente afastada Dilma Rousseff (PT), seria um golpe. “O governador se assim definiu, está inteiramente equivocado. O processo de impeachment está regulado na Constituição Federal, a Lei maior do País. Para que haja impeachment, são necessários fatos que até agora estão comprovados”, frisou.

Aproximação com o PSDB?

O senador ainda disse que uma possível aproximação do PMDB com o PSDB faz parte de uma convergência nacional, formalizada durante o processo de impeachment que elevou Michel Temer ao comando do país.

“Hoje existe uma convergência nacional entre o PMDB, em torno da figura de Michel Temer, e o PSDB, que resolveu se juntar ao PMDB para conjurar os pontos negativos que afetaram o governo anterior e que foram motivo para o processo de impeachment na fase em que está. Mas, não temos nenhum acordo formal ainda”, disse. 



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