Política

Maia ‘costura’ acordo para incluir Estados na reforma da Previdência; entenda


26/06/2019

Na imagem, o deputado federal Rodrigo Maia



O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta terça-feira (25) que a votação do relatório na comissão especial da reforma da Previdência pode ser adiada. Isso porque o demista quer costurar um acordo com governadores para incluir os Estados e municípios no texto final a ser votado na comissão especial.

 

Maia se encontrará nesta quarta-feira (26) com os governadores para debater o tema. Para ele, a inclusão de Estados e municípios na reforma é fundamental para melhorar as contas públicas.

 

O demista afirmou que, se estiverem fora do texto, a demanda dos Estados por mais recursos continuará.

 

“Nessa reta final, 1 dia ou 2 não fazem diferença, mas deixar os governadores fora, fará uma diferença brutal nos próximos 10 anos. Então, é melhor ter um pouco de paciência. O ideal é votar nesta semana, se não, no máximo, na próxima terça-feira. Mas o adiamento só vale a pena se a gente tiver a clareza que tem espaço para negociar essa matéria com governadores e prefeitos”, disse o presidente da Casa.

‘VOTOS SUFICIENTES’

Rodrigo Maia disse que há votos suficientes para aprovar a reforma no Plenário da Câmara. São necessários 308 votos (3/5 do total). O presidente da Casa, no entanto, afirma que é preciso garantir uma margem maior para evitar surpresas.

 

“A gente não pode votar uma matéria como essa com o risco de ter 315, se tiver uma sinalização dos governadores temos um teto aí de 380 votos, aí fica mais fácil para não errar na hora de fechar a votação e abrir o voto”, disse.

AQUISIÇÃO DE RECURSOS

Questionado sobre a não liberação de emendas do governo para aprovação da reforma, Maia afirmou que a Previdência precisa estar fora das disputas políticas. Segundo ele, a partir do ano que vem, com a aprovação da reforma e do Orçamento Impositivo, vai haver um crescimento de receitas para investimentos nas bases dos parlamentares.

 

“Não vamos discutir emendas extras em um momento em que o governo está com o orçamento todo estourado. Vamos olhar para a frente, porque as reformas vão garantir uma capacidade de investimento para o governo federal de R$ 150 bilhões”, disse.

 

O demista também criticou a proposta do PSL de apresentar destaques favoráveis a setores da segurança pública como policiais civis, militares e federais. Segundo o presidente da Câmara, a sigla na qual o presidente Jair Bolsonaro é filiado deve focar na aprovação do texto.

 

“Acho que o partido do governo, em votações como essa, se o governo for olhar a plateia em vez de olhar o placar, acaba perdendo tudo”, afirmou Maia.



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