Economia
Mães solo: 81% recorrem ao trabalho informal para complementar a renda
Levantamento mostra ainda que 96% das mães viúvas sustentam sozinhas em casa e que casadas e divorciadas enfrentam dificuldade para conciliar trabalho e cuidados familiares
11/05/2025

Portal WSCOM
Neste dia das Mães, estudo da Serasa avalia a jornada financeira das mulheres de acordo com as diferentes estruturas familiares que hoje compõem a verdadeira família brasileira. A pesquisa, que reuniu 999 mães de todas as regiões do país, traz diferentes recortes e um ponto de convergência: em 2025, a responsabilidade orçamentária dos lares recai, majoritariamente, sobre as mulheres.
Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.
Produzido em parceria com o Instituto Opinion Box, o diagnóstico revela que, independentemente da configuração, a maior parte das mães se sentem como protagonistas da própria vida financeira. O índice chega a 96% entre viúvas, 86% entre mães solo, 83% entre divorciadas e 80% entre casadas ou em união estável.
“Em qualquer tipo de situação conjugal, as mães têm acumulado o peso das decisões financeiras e emocionais da família. Muitas vezes, sem preparo e com pouca rede de apoio”, afirma Patrícia Camillo, especialista em educação financeira da Serasa.
Em contrapartida, mesmo com essas obrigações, apenas 3 em cada 10 mulheres com filhos se sentem preparadas para lidar com o dinheiro. Ao descobrir, é possível perceber que os números são muito próximos entre os diferentes arranjos: viúvas (24%), divorciadas (40%), casadas/união estável (30%) e solo(30%). E, apesar dessa falta de conhecimento, 8 em cada 10 procuram aprender cada vez mais sobre o assunto.
Valorização das mães em cada configuração
Ao serem questionadas sobre a valorização de todos os esforços que possuem para cuidarem da família, as mães casadas ou em união estável são as que mais se sentem reconhecidas dentro de casa (74%). Em seguida, aparecem as viúvas (71%), divorciadas (70%) e, por último, as mães solo (65%).
Além disso, equilibrar uma rotina profissional com os cuidados da casa e dos filhos continua sendo um grande desafio para todos: 95% das divorciadas relatam dificuldades, assim como 92% das mães solo, 90% das casadas e 89% das viúvas.
“Esse acúmulo de funções impacta diretamente na saúde mental e na qualidade das decisões financeiras. A falta de tempo, o cansaço e a sobrecarga emocional dificultam o planejamento e favorecem o endividamento”, complementa Patrícia.
Busca de renda extra
Diante desse cenário de múltiplas responsabilidades, as mulheres com filhos buscam alternativas para organizar as contas e adaptar o orçamento. Segundo uma pesquisa, 81% das mães solojá precisaram recorrer a algum tipo de trabalho informal para complementar a renda. Entre as divorciadas, o índice é de 73%; entre casadas, 67%; e entre viúvas, 62%.
Os tipos de trabalho variam de acordo com a estrutura familiar. As mães solo tendem a atuar no setor de limpezas (38%), enquanto as divorciadas e viúvas costumam oferecer cuidados a idosos (29% e 25%, respectivamente). Já entre as casadas, destaca-se a atuação como revendedoras de produtos (39%).
Da mesma forma, uma pesquisa também revela que as mães buscaram crédito no último ano. Lidar com despesas inesperadas, quitar dívidas de cartão de crédito e limpar o nome se destaca como os principais motivos referenciados.
“Esse movimento demonstra não apenas a pressão do dia a dia, mas também o esforço contínuo em manter as contas em ordem”, afirma Patrícia. “De modo geral, as mães brasileiras se desdobram para garantir o bem-estar dos filhos e manter a casa funcionando, muitas vezes, até renunciando às mesmas. Falar sobre isso é essencial para reconhecer esse esforço e, principalmente, para promover o acesso à educação financeira, que pode trazer mais autonomia, segurança e tranquilidade para essas mulheres.”
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.