Policial

Mãe que matou bebê no RN diz que já foi internada 31 vezes por usar drogas


20/02/2013



 A desempregada Josenilde Lopes de Mendonça – que no próximo dia 24 de março completa 36 anos – além de ter confessado que matou o próprio filho, um bebê de oito meses, também admitiu à polícia que é usuária de drogas desde os 14 anos e que já foi internada 31 vezes para tratamento de dependência química. Os detalhes constam em depoimento prestado ao delegado Sílvio Fernando na manhã desta terça-feira (19). O G1 teve acesso ao documento, no qual ela alega ter surtado por estar bêbada e drogada.

O filho de Josenilde foi encontrado morto no sábado de carnaval, dia 9, no apartamento onde morava com a mãe no bairro de Nova Descoberta, na zona Sul de Natal.

Ao ser encontrada pela polícia, nesta terça-feira (19), Josineide se defendeu negando o crime. Contudo, nesta manhã, acabou confessando o assassinato do bebê e afirmou ter mentido quando disse já ter encontrado o filho morto ao chegar em casa. “Estou arrependida e espero o perdão de Deus”, disse ela.

Em novo depoimento, Josenilde disse que passou a andar pelas ruas durante o período do carnaval e que, a cada vez que lembrava da cena de ter visto o filho morto, procurava esquecer os fatos consumindo drogas e bebida alcoólica.

A mulher afirmou à polícia já ter sido internada 31 vezes para a recuperação de dependência química, tendo passado por casas de recuperação em Fortaleza (CE), Recife (PE), João Pessoa (PB) e São Paulo (SP), mas sempre procurou evitar a continuidade dos tratamentos.

No vídeo ao lado, Josenilde Lopes confessa ter matado o próprio filho. Ela alega que estava bêbada e drogada
Josenilde Lopes de Mendonça foi indiciada por homicídio duplamente qualificado. Ela foi transferida para o Centro de Detenção Provisória (CDP) Feminino de Parnamirim, na Grande Natal, onde permanece à disposição da Justiça.

Depoimento inicial

No primeiro depoimento prestado à polícia nesta terça-feira (19), documento que o G1 também teve acesso, Josenilde Lopes negou ter matado o filho. No entanto, no documento, ela afirmou ter ficado “louca para encontrar alguém que lhe tirasse a vida” e ter feito uso de drogas e bebida, “pagando com o próprio corpo”.

A mulher chegou a afirmar, no primeiro relato à polícia, que havia saído de casa e, ao retornar, havia encontrado o filho morto, caído no chão e com ferimentos no rosto. Contudo, ela não explicou o motivo de não ter pedido socorro médico ou chamado a polícia para comunicar o ocorrido.

A suspeita disse ter beijado o rosto do filho, o colocando sobre a cama e cobrindo o corpo dele com um lençol. Em seguida, deixou o apartamento.

Prisão

A Polícia Militar encontrou Josenilde Lopes de Mendonça no bairro da Redinha, zona Norte da capital, na tarde desta terça (19). "Ela estava vagando pela avenida João Medeiros Filho, próximo ao rio Doce, e disse que estava a caminho da Ponte Newton Navarro para cometer suicídio. Ela estava usando um vestido e parecia não ter tomado banho há vários dias", disse AiltonTrindade, tenente da PM.

Na manhã desta quarta (20), o delegado Sílvio Fernando, responsável por investigar o crime, confirmou que o Tribunal de Justiça do RN decretou a prisão preventiva de Josenilde. Laudos do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) atestam que o bebê sofreu traumatismo crânio-encefálico. De acordo com o delegado, a suspeita matou o filho com um soco na cabeça.

O caso

O filho de Josenilde foi encontrado morto no sábado de carnaval, dia 9, no apartamento onde morava com a mãe, no bairro de Nova Descoberta, zona Sul de Natal.

Segundo a polícia, o corpo do bebê estava em uma cama, enrolado em um lençol, e tinha um grande hematoma no lado direito do rosto.

O corpo do bebê foi sepultado no domingo (10), em Natal. O pai da criança, Ramon Ramalho, está em Limeira, no interior de São Paulo. Em entrevista ao G1, ele cobrou justiça para a morte do filho. "A droga e a negligência acabaram com a vida do meu filho", disse ele.

Ramon conheceu Josenilde em Limeira, em 2011, ocasião em que ela frequentava uma clínica de tratamento para dependentes de drogas. Assim que iniciaram o relacionamento, ela ficou grávida e os dois se mudaram para Natal, onde viveram juntos por pouco mais de um ano. "Sempre soube do vício. Até pensei que o fato de ficar grávida e de ter um filho faria com que ela deixasse as drogas, mas infelizmente isso não aconteceu", acrescentou o pai da criança.



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