O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou, nesta quinta-feira (26), uma reunião no Palácio do Planalto para alinhar os ajustes finais do Plano Safra 2025/2026. O lançamento oficial do programa, que define as diretrizes e recursos para o financiamento da produção agropecuária, está previsto para a próxima segunda-feira (30).

Participam do encontro os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Rui Costa (Casa Civil). Também estão presentes o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, e o subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais, Gilson Alceu Bittencourt.

Em entrevista à CNN, Dario Durigan afirmou que o novo Plano Safra continuará crescendo e batendo recordes, sem prejuízos na destinação de recursos ao agronegócio. Ele disse que diante de discussões como a possível tributação de 5% sobre os rendimentos das LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), o programa permanece sólido e estratégico para o setor.

Embora os valores exatos e as taxas de juros ainda não tenham sido divulgados, o governo sinaliza a intenção de manter juros de um dígito nas principais linhas de crédito. O ministro Carlos Fávaro também adiantou que haverá busca por novos recursos do Tesouro para manter o apoio ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e ampliar as linhas de crédito voltadas a agricultores afetados por eventos climáticos recentes.

O Plano Safra destinou R$ 476,59 bilhões ao setor, englobando custeio, comercialização, investimentos e industrialização em 2024. Esse montante representou um aumento de 10% em relação ao ciclo anterior e foi o maior já registrado, de acordo com o governo federal.

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Para a próxima safra, a expectativa é de manter esse nível de investimento, mas as limitações fiscais enfrentadas pela atual gestão podem ser um desafio.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou no início deste mês ao Ministério do Planejamento e Orçamento as principais demandas do setor para o novo Plano Safra, nele a entidade solicitou a liberação de R$ 594 bilhões em crédito, sendo R$ 390 bilhões destinados ao custeio e à comercialização, R$ 101 bilhões para investimentos e R$ 103 bilhões voltados à agricultura familiar e aos empreendimentos de base familiar.

A CNA também mostrou a necessidade de garantir segurança na liberação dos recursos aos produtores, ajudando a evitar atrasos ou entraves como os registrados no início de 2025.