O Brasil não pode ficar subordinado ao dólar, essa afirmação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília, neste último domingo (3). A fala do presidente remete ao contexto do tarifaço de 50% imposto sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O presidente brasileiro afirma ainda que não vai abrir mão da possibilidade de criar uma moeda alternativa e que continuará procurando alternativas ao dólar nas transações internacionais.

“Nós queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Nós não somos uma republiqueta. Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável”, afirmou Lula. Ele destacou também que o Brasil precisa ser tratado de forma igualitária e que a relação de dependência econômica com os EUA encontra-se mais “estável”.

O presidente relembrou sobre a ajuda americana de implantar um golpe no Brasil. “Eu também não vou esquecer que eles já deram golpe aqui, ajudaram a dar golpe. Mas o que eu quero saber é daqui para frente, o que eu faço? Eles têm que saber que nós temos o que negociar. Temos tamanho, temos postura, temos interesses econômicos e políticos”, disse.

Apesar disso, Lula declarou, durante o evento partidário, que evita maiores críticas ao presidente Donald Trump por questões estratégicas, avaliando que existem limites na forma como o Brasil deve lidar com o confronto do tarifaço. “Eu tenho um limite de briga com o governo norte-americano. Não posso falar tudo o que acho. Tenho que falar o que é possível”, acrescentou. Ele ainda afirmou que prefere preservar canais de diálogo com o governo norte americano.