Política

Em Cachoeira dos Índios, Lula critica Bolsonaro e anuncia mais R$ 490 milhões para a Transposição do São Francisco


28/05/2025

Da Redação / Portal WSCOM



O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizou a entrega do primeiro trecho do Ramal Apodi na tarde desta quarta-feira (28), na cidade de Cachoeira dos Índios, no Sertão paraibano. Durante o evento, o chefe de Estado criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o país não voltará a ser comandado por líderes que desprezam a ciência.

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“Eu vou dizer uma coisa em Cachoeira dos Índios. Nunca mais esse país vai ter um presidente negacionista que brincou com a Covid-19, que mentia descaradamente. Que fazia fake news, vivia no celular mentindo”, afirmou Lula, ao lado de aliados e de autoridades como o governador João Azevêdo (PSB). O petista completou: “O Brasil tem que ter um presidente que viaje pelo Brasil, que cuide da Saúde, da Educação, da defesa e dignidade do povo brasileiro”.

“Nunca mais podemos voltar numa tranqueira para fazer no país o que foi feito no governo passado”, definiu Lula concluindo as críticas às ações do governo Bolsonaro.

Ramal do Apodi

 A estrutura do Ramal do Apodi faz parte do projeto de integração do Rio São Francisco e promete levar água para 750 mil pessoas em 54 municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

 Com 115,5 km de extensão e vazão projetada de 40 m³ por segundo, o ramal conecta a Barragem Caiçara, na Paraíba, à Barragem Angicos, no Rio Grande do Norte. O investimento total na obra é de aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Segundo o governo federal, 74,43% do empreendimento já foi concluído. A previsão é de que todo o ramal esteja pronto até outubro de 2026.

Durante a cerimônia, Lula reforçou a importância da transposição para a segurança hídrica do semiárido e criticou a negligência histórica com o tema. “Sempre vai existir a seca. Agora, a fome por causa dela é falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país”, declarou.

O presidente destacou ainda que o objetivo da obra é garantir o acesso à água antes que o rio São Francisco despeje seu volume no mar: “Quero pegar um pouquinho da água antes dela chegar no mar e trazer de volta para o povo do sertão”.

História da obra

Durante a cerimônia, Lula destacou a importância histórica da obra, que remonta ao século XIX. “Essa decisão foi a decisão mais importante que eu tomei na minha vida. Porque era uma obra que muita gente não acreditava que a gente pudesse fazer, porque fazia 179 anos”.

Ele lembrou que a transposição do Rio São Francisco foi idealizada em 1846 por Dom Pedro II e retomada sob sua liderança para garantir água ao povo nordestino. Lula aproveitou a ocasião para reforçar o significado do projeto para o semiárido.

“A transposição das águas do Rio São Francisco tinha como objetivo dar aquilo que Deus dá a todo mundo, que é um copo de água para beber para 12 milhões de pessoas que viviam no semiárido brasileiro”, ressaltou.

O presidente destacou que o verdadeiro impacto da obra será a chegada da água tratada às casas e propriedades rurais. “O fim da transposição não é a gente terminar essa obra, é fazer a água chegar na casa das pessoas, tratada e com qualidade”, disse.

Ritmo

Durante a visita, Lula também assinou a ordem de serviço para a duplicação da capacidade de bombeamento no Eixo Norte do Projeto de Integração do São Francisco (PISF), com investimento de R$ 491,3 milhões.

A ampliação permitirá o aumento da vazão de 24,75 m³/s para 49 m³/s nas estações de bombeamento em Pernambuco, beneficiando 237 municípios e cerca de 8,1 milhões de pessoas.

Lula relembrou as dificuldades enfrentadas pelo povo nordestino e as que passou na própria infância. “Vocês estão lembrados do meu primeiro discurso em 2003? Eu disse: ‘Se ao terminar o meu mandato, cada mulher e cada homem nesse país tiver comendo três refeições por dia, tomando café, almoçando e jantando, eu já terei realizado a obra da minha vida’”, citou. “Somente uma pessoa que tinha passado fome. Somente uma pessoa que com 7 anos de idade carregava pote d’água na cabeça. Por isso é que eu não tenho pescoço”.



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