Política
Lula reafirma confiança em assinatura do acordo Mercosul-União Europeia até o fim do ano
08/06/2025

O presidente Lula e o o português António Costa, presidente do Conselho Europeu: alinhamento de perspectivas. Foto: Ricardo Stucktert / PR
Portal WSCOM
Durante um almoço de trabalho com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, neste domingo (8), em Mônaco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a demonstrar otimismo quanto à assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia ainda em 2025. O encontro reforça o diálogo diplomático em torno do tema, com o Brasil prestes a assumir a presidência rotativa do bloco sul-americano, em julho.
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Em publicação nas redes sociais, Lula destacou a importância estratégica do acordo diante de um cenário internacional marcado por avanços protecionistas. “Ambos coincidimos sobre o papel fundamental desse acordo para o multilateralismo”, escreveu o presidente, ao comentar o encontro com Costa, que assumiu recentemente a liderança do Conselho Europeu.
Segundo Lula, nas próximas semanas o Brasil pretende intensificar a articulação com os países europeus para demonstrar que há complementariedade entre os setores agrícolas das duas regiões, uma das principais divergências com a França.
HISTÓRICO – Composto por 20 capítulos, além de anexos e documentos adicionais, o Acordo entre Mercosul e União Europeia foi concluído durante a Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, em 6 de dezembro. A parceria é o maior acordo comercial já realizado pelo bloco sul-americano. A entrada em vigor passa pelo processo de revisão legal e tradução, assinatura, além da ratificação final por instâncias dos dois blocos.
DIMENSÃO — A União Europeia é o segundo principal parceiro comercial do Brasil, com corrente de comércio de US$ 92 bilhões em 2023. O acordo diversifica parcerias comerciais do Brasil, além de fomentar a modernização do parque industrial brasileiro com a integração às cadeias produtivas da União Europeia. Também se espera que o tratado dinamize fluxos de investimentos, o que deve reforçar a atual posição da UE como a detentora de quase metade do estoque de investimento estrangeiro direto no Brasil.
COP 30 – A conversa com António Costa também contemplou as sinergias entre Brasil e União Europeia no combate à mudança do clima. O Brasil sedia, em novembro, a COP30, que tem como um dos desafios transformar em realidade os financiamentos prometidos pelos países ricos para garantir que o aquecimento global não ultrapasse o marco de 1,5 graus Celsius.
OPORTUNIDADES – “A Europa é um parceiro imprescindível para o sucesso da COP30, em Belém. Somos todos atores que compartilham a certeza de que a transição energética justa representa oportunidades de se constituir uma nova agenda de desenvolvimento econômico inclusivo e que preservará a saúde do planeta”, afirmou Lula. Também participaram do almoço os ministros Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), além do presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago.
AGENDA – Mais cedo neste domingo, Lula discursou no encerramento do Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco. O evento se conecta à Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que será realizada em Nice, na França, de 9 a 13 de junho, e também contará com o presidente Lula. No contexto do Dia Mundial dos Oceanos, o líder brasileiro reforçou a necessidade de a comunidade internacional se voltar para a conservação e uso sustentável dos recursos marinhos, prevista no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da Agenda 2030. “Ou agimos ou o planeta corre risco”, disse. Antes, o presidente se encontrou com o Príncipe de Mônaco, Alberto II. A agenda do presidente na Europa teve lugar ao longo da semana, com uma visita de Estado à França que redundou na assinatura de 20 acordos e no anúncio de empresários franceses de que pretendem investir R$ 100 bilhões no Brasil até 2030.
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