A Comissão de Direitos Humanos e Minorias promoveu nesta terça-feira, 20, uma audiência pública em alusão ao Dia Mundial do Orgulho Autista. O debate se deu a pedido do deputado Luiz Couto (PT-PB), que lembrou ser a data de 18 de junho) uma importante oportunidade de abordar questões como a desmistificação do autismo; definições do transtorno; dificuldades e preconceitos; convivência em sociedade; intervenções terapêuticas; intervenções medicamentosas; o cotidiano do autista, entre outras. O parlamentar sugeriu que um outro evento seja realizado e que destaque exemplos de profissionais autistas de diversas áreas, como forma de reduzir o preconceito relacionado ao distúrbio.

Em pronunciamento realizado durante o evento, Luiz Couto contou ainda trecho de uma conversa dele com o médico neurologista José Salomão Schwartzman na qual o especialista confirmou que todos os homens têm um traço de autismo. "Diferentemente das mulheres, que conseguem fazer várias ações ao mesmo tempo, nós só conseguimos realizar uma por vez".

O parlamentar paraibano também estranhou o fato de pesquisadores brasileiros estudarem o transtorno autista nos Estados Unidos e não haver nenhuma pesquisa semelhante em curso no Brasil. "Precisamos começar a investir em políticas públicas e pesquisas, em universidades porque nós temos ainda muita dificuldade para identificar a linguagem, respondê-la e nos relacionarmos com os autistas. A discriminação ainda é grande no País".

Couto ainda contou uma experiência dele, ainda como padre em Mandacaru, onde existia um jovem autista que era apelidado de "doidinho" e cuja família chegava até a amarrá-lo em momentos de inquietação. "Ele se encontrava comigo e nós conversávamos e ele parecia uma outra pessoa. Acredito que a família, em alguns casos, não sabe e não tem como cuidar. E o Papa Francisco nos ensina que precisamos ser cuidadores. Quem cuida, ama e quem ama, cuida, como lembra Leonardo Boff", declarou.