Em pronunciamento na Câmara dos Deputados, em Brasília, na última semana, o deputado federal Luiz Couto (PT-PB) avaliou que as medidas econômicas anunciadas pelo presidente provisório Michel Temer (PMDB) "vão desmontar um Brasil que estava dando certo". Segundo o deputado petista, "o Brasil de Temer, Cunha e Aécio Neves e um país apenas midiático e elitizado que traz seu revés da ditadura militar, apoia os escândalos de corrupção e cria privatizações a preços irrisórios do patrimônio público e de empresas estatais".

Para Couto, o comando de Temer é exercido em comunhão com o presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB), seu amigo pessoal. A intenção de ambos foi de criar medidas antipopulares que vão de encontro com o Estado Nacional. "O ilegítimo e temeroso Temer destacou em uma de suas falas o que já prevíamos após o golpe, que apoiará o projeto aprovado pelo Senado que altera as regras de exploração de petróleo do pré-sal, retirando da Petrobras a exclusividade das atividades e acabando com a obrigação da estatal a participar com pelo menos 30% dos investimentos em todos os consórcios de exploração da camada.

O projeto, de autoria do Senador golpista e tucano José Serra, está voltando para Câmara e como aqui está cheio de golpistas e homens de duas faces, provavelmente vai passar, mas nós do Partido dos Trabalhadores lutaremos para não acontecer mais essa tragédia".

Em seu discurso, o deputado paraibano acrescentou que a crise econômica brasileira pode piorar, com a decisão de Temer de utilizar os recursos do Fundo Soberano, de acelerar o processo de privatização das estatais e de descapitalizar o BNDES. "Se esse quadro de parede, como afirmou ele em uma carta melancólica à presidenta Dilma, não devolver o que ele roubou da presidenta legítima, agora, veremos um país insustentável durante os próximos meses. O pacote de maldades, anunciado na semana passada, gerará forte desgaste para o país e devemos aumentar os protestos de rua.

À questão democrática precisa se juntar a defesa dos direitos ameaçados. Se o país seguir o complô do Golpe, seria o mesmo de ser conivente com a corrupção. Agora está ficando cada vez mais claro que Michel Temer e Eduardo Cunha arquitetaram o golpe para parar investigações e destruir o que fortalecemos e que temos de mais precioso neste Brasil, a democracia e a dignidade", resumiu Luiz Couto.